A bispa da Igreja Episcopal dos Estados Unidos em Washington, D.C., Mariann Edgar Budde, afirmou nesta quinta-feira (23) que não pedirá desculpas ao presidente Donald Trump após ele criticar suas declarações durante um sermão religioso. Em seu discurso na Catedral Nacional de Washington, na terça-feira (21), Budde pediu “misericórdia” para imigrantes e pessoas LGBTQIA+, grupos que, segundo ela, estão vivendo com medo diante das recentes políticas do governo.
Trump, por sua vez, reagiu negativamente ao sermão, classificando Budde como “uma esquerdista radical linha-dura” que, segundo ele, “odeia Trump”. O presidente afirmou ainda que a bispa politizou a igreja de forma “desagradável” e ignorou os crimes cometidos por imigrantes ilegais. “Ela não mencionou o grande número de imigrantes ilegais que entraram em nosso país e mataram pessoas. É uma onda gigante de crimes acontecendo nos EUA”, disse o presidente em suas redes sociais.
Defendendo-se das acusações, Budde negou que tenha usado o púlpito para fins políticos e reforçou que suas palavras foram um apelo à compaixão. “Não sinto que haja necessidade de pedir desculpas por um pedido de misericórdia”, afirmou a bispa em entrevista à NPR. Budde também rejeitou a caracterização de Trump, explicando que não o odeia. “Eu rezo por ele e pelo nosso país”, declarou.
No sermão que gerou a polêmica, Budde dirigiu-se diretamente ao presidente Trump, afirmando: “Milhões de pessoas depositaram sua confiança em você. E como você disse à nação ontem, você sentiu a mão da providência de um Deus amoroso. Em nome do nosso Deus, peço que tenha misericórdia da gente do nosso país que agora está assustada.” A cerimônia marcou o início oficial da agenda do presidente no dia seguinte à sua posse.
Embora tenha reforçado que não pretende se desculpar, a bispa lamentou que suas palavras tenham gerado uma resposta que, segundo ela, “confirmaram exatamente aquilo de que eu estava falando antes: nossa tendência para ficarmos indignados e não falarmos uns com os outros com respeito”.
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