Argentina e França se enfrentaram no estádio Lusail em busca do sonho de erguer a Copa do Mundo pela terceira vez. Para Mbappé, seria a quebra do recorde que apenas o Brasil de Pelé havia conquistado com o bicampenato em 1958 e 1962. Do outro lado, a possível última partida de Lionel Messi com a camisa da seleção argentina. A Copa do Mundo do Catar foi, acima de tudo, o fim e o início de novos ciclos do futebol mundial. Após um início avassalador dos sulamericanos, os europeus reagiram através de seu principal jogador e levaram o confronto para a prorrogação. Nos pênaltis, a Argentina chegou ao seu tricampeonato mundial (1978, 1986 e 2022) e leva a Copa do Mundo.
O jogo
A Argentina parecia um carro de fórmula 1 muito bem construído pela engenharia de sua equipe. Quando os pés dos 11 jogadores alvicelestes tocaram o gramado do Lusail, a impressão é que corriam como se não houvesse um amanhã. Entrega em todos os setores do campo. A França, tão dominante contra seus adversários e que, quando tinha seu espaço reduzido forçava a ruptura ora com Mbappé, ora com Dembelé e com Griezmann enquanto maestro dessa sinfonia azul, nada enxergava.
Do outro lado, um time que trouxe Di Maria para o campo e viu o camisa 11 rabiscar no lado esquerdo do campo e foi justamente ali que a história começou a ser escrita. Aos 23 minutos, Di Maria driblou Dembelé, invadiu a grande área e foi derrubado pelo camisa 11. Sem titubear, o árbitro Marciniak marcou a penalidade. Na marca da cal, Lionel Messi deslocou Lloris e abriu o placar.
E com o placar favorável a Argentina, quem esperou uma resposta imediata dos franceses, a procurou durante alguns minutos, e acabou por não encontrá-la. Os Bleus tentavam chegar ao campo dos adversários, mas eram interpelados a todo momento e viam suas ações serem desmontadas muito rapidamente. Foi assim que se iniciou a construção do segundo gol alviceleste. A defesa roubou a bola e tocou para Messi que, de primeira, acionou Mac Allister que avançou e tocou para Di Maria bater no contrapé de Llorris e ampliar aos 36 minutos. O segundo gol exigiu medidas do técnico Didier Deschamps que sacou Giroud e Dembélé para entrada de Thuram e Kolo Muani.
Na volta do intervalo, a França precisava correr atrás de seu resultado e a viu a Argentina em uma tentativa de ‘cozinhar o galo’ e amarrar o jogo. As faltas ganharam uma conotação muito mais forte do que realmente eram e o a partida parecia que se desenrolaria sem que os Bleus chutassem ao gol uma vez sequer – como aconteceu até os 70 minutos de jogo.
As finais de um campeonato guardar segredos e mexem com sentimentos que não se pode mensurar quando não se está dentro de campo. Não é possível ler mentes, mas naquele momento, todo o mundo queria saber o que se passava cabeça de Messi e Mbappé, companheiros de clube, adversários na final. Aos 34 minutos, o roteiro do Mundial começou a mudar, porque no futebol não existem linhas retas e Kolo Muani foi derrubado dentro da área. Bola na marca da cal. Mbappé nela: gol. O tento incendiou o confronto e no minuto seguinte, roubaram a bola dos pés de Messi, que viu Mbappé pegar de primeira pelo lado esquerdo e deixar tudo igual no marcador. Um empate apoteótico para levar o jogo para a prorrogação. Veja.
2 gols em 90s
— ????????????????????????; | MIDNIGHTS????️ (@rayamashineee) December 18, 2022
simplesmente Mbappe pic.twitter.com/5SO8hZl3Ud
Mais 30 minutos estariam em disputa e nem mesmo o mais fanático torcedor poderia imaginar um cenário mais tenso. Os primeiros 15 minutos foram de observação sem grandes chances. O melhor ainda estava por vir. No 2º tempo da prorrogação, aos 3 minutos, Messi tocou para Enzo Fernandez acionar Lautaro Martínez que finalizou e viu Lloris fazer uma ótima defesa. O camisa 1 francês não contou com o oportunismo do camisa 10 que estava lá para empurrar para o fundo da redes, mesmo que Koundé tentasse tirar.
Acontece que a França não estava disposta a entregar a Copa do Mundo e manteve a pressão, que surtiu efeito sete minutos depois, após um escanteio conseguido por Thuram Quando Mbappé tentou chutar, Montiel em dias de Martínez deixou o braço aberto dentro da área e o juiz assinalou outra penalidade. Pela segunda vez, o camisa 10 bateu, viu o goleiro encostar na bola, mas ela morreu no fundo do barbante e os Bleus ainda tiveram mais uma chance no último segundo, com Kolo Muani, impedida por Martínez. A prorrogação deu lugar ao momento mais tenso do futebol: as cobranças de pênalti.
Penalidades
Agora foi a vez de Dibu Martínez brilhar. O camisa 23, que defendeu dois pênaltis contra a Holanda defendeu a cobrança de Coman. Antes, Messi e Mbappé, os camisas 10, iniciaram a disputa e converteram suas penalidades.
Dybala pôs a Argentina a frente e viu Touchaméni chutar para fora. Paredes ampliou para a Argentina e Kolo Muani, seguro, bateu no meio e descontou. Montiel, que colocou a mão que deu o segundo pênalti para a França, bateu e sagrou a Argentina tricampeã mundial.
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