Durante entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, na última segunda (13), a atriz Maitê Proença falou sobre a mãe, Margot Proença Gallo, que foi morta pelo pai da atriz, o procurador de Justiça Augusto Carlos Eduardo da Rocha Monteiro Gallo. O feminicídio aconteceu quando ainda não existia essa denominação, em 1970, e o procurador alegou ter esfaqueado a mulher onze vezes por ciúmes do professor de francês dela.
Maitê, que tinha 12 anos na época do crime, não gosta de falar no assunto. “Não se faz uma carreira com a piedade de ninguém”. A atriz escreveu um livro após a história do assassinato ter vindo a público.
“Escrevi um livro (Uma Vida Inventada, 2008), que tinha elementos autobiográficos, e fiz o que pude para contar a história a minha maneira, já que a imprensa marrom agora podia falar o que quisesse.”
- Foto: Instagram/Maitê ProençaMaitê Proença
Na entrevista ela disse ter “asco físico” pelo pai. “Eu sabia que ele não ia voltar a matar, mas era muito complicado ver aquele homem que tinha destruído a própria vida e que matou também quem ele mais amava, uma pessoa que eu amava mais do que a ele”, contou.
“Eu tinha uma casa perfeita, estudava na escola perfeita, tudo era perfeito e, num belo dia, tudo isso acabou.” Maitê contou ainda o que aconteceu após a morte da mãe. “O meu problema trouxe desdobramentos terríveis, pois meu pai se matou, meu irmão mais velho se matou e várias outras coisas que não vou contar aqui, mas que lido com elas até hoje”, desabafou.
Apesar dos fatos lastimáveis acontecidos na vida da atriz, ela se diz feliz. “Eu sou feliz porque consegui me organizar dentro disso.”
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