Em meio a provocações de apoiadores de Jair Bolsonaro (PL), o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB) votou por volta das 11h40 no Colégio Santo Américo, no bairro do Jardim Colombo, na zona oeste de São Paulo. Candidato a vice de Lula (PT), ele compareceu acompanhado de assessores, da esposa, Lu Alckmin, e do filho, Geraldo Neto, por volta das 11h10.
Alckmin deixou seu carro e parou para posar para fotos com apoiadores. Aos 69 anos, ele teria idade para passar à frente por ordem preferencial, mas preferiu ficar no fim da fila, onde aguardou mais de 20 minutos para entrar em sua seção e votar.
Neste meio tempo, exibiu à imprensa seu antigo título de eleitor, amarelado pelo tempo. “Nesta época eu tinha um cabelão. Fazia muito sucesso”, disse.
No corredor, enquanto aguardava, uma mulher de verde e amarelo parou ao lado do governador e se filmou dizendo que votou nele em 2014, mas que agora vai votar em Bolsonaro. “O senhor mudou de lado”, disse. Em resposta, Alckmin disse: “Respeito”.
Ao sair da seção, um eleitor gritou “Bolsonaro”. Após Alckmin votar e deixar a seção para falar com jornalistas, um eleitor também começou a gritar “santo”, em referência ao suposto apelido do ex-governador na lista do departamento de propinas da Odebrecht.
Em resposta a todas as provocações, aliados que acompanharam Alckmin gritavam “Lula” nos corredores do Santo Américo.
Governo sem ódio e violência
Questionado sobre as reações, Alckmin respondeu: “Isso é sinal de democracia. Democracia é assim mesmo, não é a paz do pântano. Democracia é agitada, animada. O que não pode é ter violência, ter ódio. É possível defender seus pontos de vista sem precisar dar tiro em alguém. Sem precisar usar de violência. Mas acho que a campanha foi bonita.”
O ex-governador ressaltou que quer fazer, ao lado de Lula, um “governo democrático onde não haja ódio, violência”. “Onde haja paz, amor, civilidade, oportunidade para todos. Controlar a inflação, melhorar a saúde”, disse.
A respeito de seu antigo partido, o PSDB, e um eventual enfraquecimento da legenda caso fique fora do segundo turno em São Paulo, o ex-governador afirmou ainda ter “bons amigos” no partido. Disse ainda que a legenda se enfraqueceu em razão da “fragmentação das legendas”. “São mais de 30 partidos”, disse.
O ex-governador disse torcer para que a vitória ao lado de Lula venha ainda em primeiro turno, mas vai “aguardar o resultado das urnas”.
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