A inflação oficial do Brasil, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), registrou alta de 0,39% em novembro, representando uma desaceleração em relação ao índice de outubro, que foi de 0,56%. O acumulado do ano está em 4,29%, enquanto o índice dos últimos 12 meses atingiu 4,87%, ultrapassando o teto da meta para 2024, que é de 4,5%. A elevação foi impulsionada principalmente pelos preços das carnes, que tiveram aumento de 8,02%, e pelo grupo Alimentação e Bebidas, com alta de 1,55%, exercendo impacto de 0,33 ponto percentual no resultado geral do mês.
O aumento nos preços das carnes é atribuído à menor oferta de animais para abate e ao crescimento das exportações, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Cortes como alcatra (9,31%), coxão mole (8,57%) e contrafilé (7,83%) registraram os maiores aumentos. Outros alimentos também contribuíram para a inflação no grupo, como óleo de soja (11%) e café moído (2,33%). Já itens como manga (-16,26%) e cebola (-6,26%) tiveram redução de preços. A alimentação no domicílio variou 1,81% em novembro, enquanto a alimentação fora do domicílio registrou alta de 0,88%.
O setor de Transportes também teve impacto significativo na inflação de novembro, com destaque para o aumento de 22,65% nas passagens aéreas, que pressionaram o índice em 0,13 ponto percentual. O fim das gratuidades em ônibus urbanos, após as eleições municipais, gerou um aumento de 3,64% nesse subitem. Por outro lado, combustíveis apresentaram leve queda de 0,15%, puxada pela redução nos preços da gasolina (-0,16%) e do etanol (-0,19%).
Entre os grupos analisados, Habitação registrou a maior queda em novembro, com recuo de 1,53%, devido à redução de 6,27% nos preços da energia elétrica residencial, causada pela adoção da bandeira tarifária amarela. Em contrapartida, o grupo Despesas Pessoais apresentou alta de 1,43%, influenciada principalmente pelo aumento de 14,91% nos preços dos cigarros, após o reajuste na alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).
Além do IPCA, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que avalia o impacto da inflação em famílias com renda de até cinco salários mínimos, teve alta de 0,33% em novembro. Nos últimos 12 meses, o INPC acumula alta de 4,84%. O próximo resultado da inflação, referente a dezembro, será divulgado pelo IBGE em 11 de janeiro de 2025. Analistas do mercado financeiro continuam projetando que o IPCA fechará o ano acima do teto da meta estabelecida para 2024.
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