Davi Fernandes
O preço do arroz voltou a subir nas últimas semanas e atingiu o patamar de R$ 100 a saca de 50 quilos, o maior desde novembro de 2020. A alta é resultado de uma combinação de fatores, como o clima ruim no Rio Grande do Sul, a redução da área de plantio, o aumento dos custos de produção e as restrições nas exportações da Índia. A tendência é de preços mais firmes nos próximos meses, segundo a Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz).
O Rio Grande do Sul é o principal estado produtor de arroz no Brasil, respondendo por 70% da safra nacional. No entanto, o clima tem prejudicado os arrozeiros gaúchos. A safra que já foi colhida sofreu com a estiagem que castigou o Sul do Brasil em 2022. Agora, na entressafra, as chuvas e o impacto do ciclone extratropical podem atrasar o início do plantio, que acontece em setembro.
Além do clima, a área destinada aos arrozais vem diminuindo no país. Segundo a diretora-executiva da Abiarroz, Andressa Silva, o Brasil tem a menor área de plantio dos últimos 20 anos. Ela explicou que houve uma concentração na produção e que a safra brasileira ficou abaixo da média histórica de 11 milhões de toneladas.
Outro fator que encarece o preço do arroz é o aumento dos custos de produção, especialmente dos combustíveis, que influenciam no transporte e na armazenagem do cereal. Andressa Silva também mencionou a situação do mercado internacional, onde a Índia restringiu as exportações do arroz e os Estados Unidos estão com estoques baixos.
Diante desse cenário, a diretora-executiva da Abiarroz não vê perspectivas de queda dos preços no curto prazo. Ela disse que os estoques no Mercosul estão baixos e que o período de entressafra na região deve manter os preços firmes. Ela recomendou aos consumidores que pesquisem os preços e aproveitem as promoções nas redes varejistas.
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