Uma reunião entre emissários do alto escalão do governo e a diretoria da Petrobras foi realizada na noite de segunda-feira, 13, para tentar impedir o aumento de combustíveis que a estatal planeja para esta semana, de acordo com fontes ouvidas pelo Estadão.
A ideia é aumentar a gasolina em 9% e o diesel em 11%, para amenizar a defasagem de preços entre o mercado interno e o mercado internacional.
A reunião girou em torno do reajuste. O governo teme que o aumento anule os esforços para a aprovação do Projeto de Lei Complementar 18 (PLP 18), que limita o teto do ICMS em 17%, por isso prefere que a Petrobras aguarde mais tempo para elevar os preços para não atrapalhar a votação.
A diretoria da estatal teria recebido bem a proposta, sem no entanto dar certeza ao governo de que iria manter os preços congelados. O sentimento, porém, é de que os executivos consideraram a possibilidade, mas não chegaram a uma decisão final. É possível, inclusive, que o porcentual do aumento seja reduzido.
O barril do petróleo tipo Brent ultrapassou a marca de US$ 120 esta semana e analistas já preveem que atinja US$ 130 até o final do mês e US$ 150 até o final do ano.
Com isso, o preço dos derivados, como gasolina e diesel, acompanham o movimento de alta, se distanciando cada vez mais dos preços praticados nas refinarias da estatal.
Segundo dados da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), a defasagem nesta terça-feira era de 16% para os dois combustíveis, mas a tendência é de que essa diferença seja ainda maior com o fortalecimento do dólar frente ao real.
A moeda norte americana ultrapassou os R$ 5 e fechou nesta terça-feira, 14, cotado a R$ 5,13, alta de 0,38% em relação ao fechamento de ontem.
Procurada, a Petrobras não confirma as informações. A empresa está em plena transição de comando, aguardando a documentação dos novos nomes indicados pelo governo para compor o novo conselho de administração, o qual, dizem as fontes, vai mudar parte da diretoria para tentar segurar os preços perto das eleições presidenciais.
O único nome até o momento que está sendo avaliado pelo Comitê de Pessoas (Cope) da empresa é do secretário de Desburocratização do Ministério da Economia, Caio Paes de Andrade, cujo currículo não preenche os requisitos da Lei das Estatais e nem do Estatuto da Petrobras. Apesar disso, o nome pode ser aprovado, já que o Cope é apenas consultivo.
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