Enquanto a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid no Senado ouvia o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, nesta terça-feira, 4, o ministro da Economia, Paulo Guedes, enfatizou na Câmara que o governo liberou R$ 5 bilhões para a Saúde combater o novo coronavírus já nas primeiras semanas da pandemia, em março do ano passado.
Guedes listou todas as ações do governo federal desde o começo da pandemia, como a aprovação do orçamento de guerra, a criação do auxílio emergencial e os programas de crédito para as empresas.
O ministro disse que o Brasil tem um desempenho econômico “bastante razoável” na pandemia. “Foi muito aceitável, para não dizer que bem melhor que todos os países avançados. Fizemos um trabalho duro e trabalhamos também na questão da Saúde”, afirmou, em audiência pública na Câmara dos Deputados.
Guedes citou os dados do mercado de trabalho formal e da arrecadação de tributos para mostrar a velocidade de recuperação da economia. “Os índices de atividade estão o dobro do esperado, economia formal já voltou”, completou.
Mais uma vez, ele citou o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta. “Quando o Mandetta disse que o problema eram ventiladores pulmonares, fomos atrás das empresas e fizemos uma economia de guerra. Passamos de 250 ventiladores pulmonares para 1.500 ventiladores por dia”, acrescentou.
O ministro disse que “foi um ano trágico para o Brasil e para a humanidade” e que “foi uma doença de proporções bíblicas que nos atingiu quando a economia estava se recuperando e começando a rodar em um ritmo melhor, graças às reformas que aprovamos antes”. “O Brasil teria colapsado na pandemia se não tivéssemos aprovado a reforma da Previdência”, afirmou.
Apesar dos cortes no orçamento neste ano, o ministro da Economia disse que não pode faltar dinheiro para a área da Saúde, sobretudo no enfrentamento à pandemia de covid-19. “Não vamos subir em cadáveres para fazer política. Estamos em uma guerra contra o vírus e precisamos botar a vida em primeiro lugar. Toda a ideia do governo é saúde, emprego e renda. A vacinação em massa é o grande desafio”, afirmou.
Enquanto o governo enfrenta uma CPI no Senado sobre a covid, Guedes disse que o Brasil precisa de mais “respeito e tolerância”. “Temos que escapar dessa espiral de ódio, de divisão entre brasileiros, que é um descredenciamento da nossa democracia. É preciso ver o que há de virtude no outro lado e fazer as críticas. Essa escalada não interessa à população brasileira. Quem achar que vence na base do ódio não vai dar certo”, completou.
Ajuda ao setor privado para ampliar leitos de hospital
Paulo Guedes disse ser favorável à ajuda do setor privado na ampliação de leitos. “A ideia é boa, de dar uma isenção e um incentivo qualquer para ampliarmos os leitos. Mas houve um veto jurídico. Às vezes o que é politicamente desejável fere a legislação vigente. O veto não foi do ponto de vista econômico, mas jurídico.”
O governo precisou vetar incentivo fiscal às empresas que contratassem leitos da rede privada de saúde para atender pacientes com covid-19 do Sistema Único de Saúde (SUS). Pelo projeto, as empresas poderiam deduzir os valores gastos do Imposto de Renda de 2021. O limite para a renúncia fiscal seria de R$ 2,5 bilhões.
“O problema é que a Lei de Responsabilidade Fiscal exige uma compensação para essa isenção. É preciso mostrar de onde vem o dinheiro. Não foi um veto sobre o conteúdo”, explicou.
Ver todos os comentários | 0 |