A maioria das projeções apuradas no Relatório Focus para o índice oficial de inflação de 2022, o IPCA, continua a apontar para o segundo ano consecutivo de rompimento da meta a ser perseguida pelo Banco Central (BC).
A projeção subiu de 5,02% para 5,03%, contra 5,00% do teto da meta do ano que vem. Há um mês, a previsão era de 4,96%. Os dados coletados pelo BC com uma centena de economistas do mercado financeiro foram divulgados nesta segunda-feira, 20.
Para 2021, por sua vez, a estimativa cedeu pela segunda semana consecutiva, de 10,05% para 10,04%, mas ainda supera em quase 5 pontos porcentuais a banda superior do objetivo inflacionário deste ano (5,25%). A estimativa era de 10,12% há quatro semanas.
Se confirmada a previsão, será a primeira vez que a inflação atinge o patamar de dois dígitos desde 2015, no governo da ex-presidente Dilma Rousseff, quando somou 10,67%. Quando o BC não cumpre a meta, precisa se explicar em uma carta aberta ao ministro da Economia.
Depois do tom mais duro do Comitê de Política Monetária (Copom) de dezembro, as expectativas para prazos mais longos continuaram a ceder. A estimativa para o IPCA em 2023 passou de 3,46% para 3,40%, enquanto, para 2024, a mediana variou de 3,09% para 3,00% - já no centro da meta.
Há quatro semanas, essas projeções eram de 3,42% e 3,10%, respectivamente. A meta para 2023 é de inflação de 3,25%, com margem de 1,5 ponto (de 1,75% a 4,75%). Já para 2024 o objetivo é de 3,00%, com margem de 1,5 ponto (de 1,5% para 4,5%).
No comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) deste mês, o BC atualizou suas projeções para a inflação com estimativas de 10,2% em 2021, 4,7% em 2022 e 3,2% em 2023. O colegiado elevou a Selic em 1,5 ponto porcentual, para 9,25% ao ano.
O mercado financeiro manteve a expectativa para a taxa básica de juros da economia, a Selic, em 11,50% ao ano para o fim de 2022, o que pressupõe alta do juro básico da economia no próximo ano. Hoje, após sete altas seguidas, a taxa Selic está em 9,25% ao ano, o maior patamar em mais de quatro anos.
PIB
Além de uma queda na estimativa de inflação, o mercado financeiro também baixou a previsão de crescimento do PIB deste ano, que passou de 4,65% para 4,58%.
Para 2022, o mercado manteve a previsão de alta do PIB estável em 0,50%. No começo deste ano, a previsão dos analistas era de uma alta de 2,5% para a economia no próximo ano. A expectativa começou a ser revisada para baixo somente em setembro.
O Ministério da Economia manteve, no mês passado, a previsão de crescimento do PIB de 2022 acima de 2% alegando que isso se deve à "melhora no mercado de trabalho e no investimento privado, principalmente em infraestrutura".
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