O Ibovespa declina aos 106 mil pontos, com perda quase generalizada na carteira, em meio ao agravamento das preocupações inflacionárias após o IPCA-15 de outubro ficar mais forte do que a mediana das estimativas e muito perto do teto. Os juros futuros, por sua vez, desaceleraram o ritmo de alta, mas ainda seguem pressionados, enquanto o dólar avança na faixa de R$ 5,58.
O IPCA-15 coloca ainda mais pressão sobre o Comitê de Política Monetária (Copom), que define na quarta-feira, 27, a taxa Selic, atualmente em 6,25% ao ano. Para Rodrigo Azevedo, sócio da gestora Ibiúna e ex-diretor do Banco Central, a atuação do BC vai ter que ser em graus acima do que o Copom vinha fazendo. "Com o IPCA-15 de hoje nossa projeção de Selic de 9,5% pode chegar a 10%", diz. A reunião de Análise de Mercado do Copom começou às 10h20.
Ao mesmo tempo em que o País enfrenta aceleração inflacionária, persistem os temores ligados ao fiscal. Aliás, o item é o maior risco para o Brasil, na opinião de Mansueto Almeida, ex-secretário do Tesouro e economista-chefe do BTG. "A PEC dos precatórios aumenta o espaço fiscal em R$ 100 bilhões, parece demais", diz, acrescentando: "O que vemos no Brasil é pressão política muito forte para aumentar gastos em 2022."
Ao comentar o Caged, o ministro do Trabalho e Previdência, Onyx Lorenzoni, comemorou a criação líquida de 313.902 carteiras assinadas em setembro. “O Brasil continua crescendo e a economia continua respondendo a tudo que vem sendo feito pelo governo a longo dos últimos meses. Hoje o Brasil é o terceiro país do mundo que mais vacinou sua população, e isso tem sido muito importante para a retomada da atividade econômica”, avaliou.
Na seara corporativa, as ações da TIM cediam acima de 1%. A operadora de telecomunicações registrou lucro líquido normalizado de R$ 474 milhões no terceiro trimestre deste ano, aumento de 21,4% sobre igual período de 2020. O CEO da TIM Brasil, Pietro Labriola, disse que a empresa está pronta para participar do leilão do 5G e otimista para o resultado.
Por volta de 11h, o Ibovespa caía 1,62%, aos 106.951,85 pontos. O dólar à vista tinha alta de 0,53%, a R$ 5,5829. Nas casas de câmbio, de acordo com levantamento realizado pelo Estadão, o dólar turismo é negociado por volta de R$ 5,85.
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