O dólar abriu em alta de 0,1% nesta sexta-feira, 3, voltando a bater em R$ 5,27. A moeda americana segue sua escalada de preços em meio à pandemia do novo coronavírus, causador da covid-19. A valorização do dólar em 2020 já ultrapassa os 30%. O recorde de cotação é de R$ 5,28, e, vale ressaltar, nominal, quando não se desconta a inflação.
No Brasil, o coronavírus divide as atenções com o presidente Jair Bolsonaro, que segue em negação sobre a real dimensão da crise atual. No foco local fica a votação, na Câmara, da PEC do Orçamento de Guerra, que permite a separação do orçamento e dos gastos realizados para o combate à covid-19 do orçamento geral da União. Além do exterior, os conflitos gerados por Bolsonaro também trazem cautela. Após ter pedido união entre os poderes na terça-feira, Bolsonaro voltou a atacar governadores e a pedir pelo fim do isolamento social. E mirou também no ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, dizendo que ambos não estão se "bicando" há algum tempo, que nenhum ministro seu é "indemissível", mas que não pretende demiti-lo "no meio da guerra". Falou ainda que o ministro extrapolou e que ele não tem humildade.
O presidente declarou também que desconhece hospitais lotados no Brasil por conta da covid-19 e que a doença "não é tudo isso que estão pintando". Mandetta respondeu em entrevista se os hospitais não estão lotados é porque o isolamento social está funcionando e que "quem tem mandato popular fala. Quem não tem, como eu, trabalha". Bolsonaro ameaçou reabrir o comércio com uma "canetada", se a partir da próxima semana “não começar a voltar o emprego, vou ter de tomar uma decisão”.
Mercados internacionais
Os mercados internacionais seguem a tendência de "sobe e desce" das últimas semanas e, após um respiro na quinta-feira, 2, os índices da Europa e da Ásia, nesta sexta-feira, 3, passaram a cair, com o continente asiático fechando seus principais mercados em queda ou avanço inexpressivo. Esse vaivém acontece em meio à pandemia do novo coronavírus, causador da covid-19, no mundo. A doença, na quinta, atingiu 1 milhão de infectados e mais de 50 mil mortos em todo o globo. Tudo isso tem afetado a rotina dos países, com quarentenas para retardar o avanço do vírus e economias parando.
Na Ásia, os recuos e avanços não foram tão relevantes quanto nas últimas sessões, mas, mesmo assim, China (-0,60%), Taiwan (-0,46%) e Hong Kong (-0,19%) apresentaram queda em seus respectivos índices. Japão (0,01%) e Coreia do Sul (0,03%) não apresentaram queda, ficaram no positivo, mas apenas mantiveram ganhos dos pregões de quarta-feira. Na Oceania, o recuo foi maior, com a Bolsa da Austrália caindo 1,58%.
Na Europa, os mercados do velho continente abriram o pregão desta sexta também em baixa, revertendo a tendência majoritariamente positiva de quinta. Nas próximas horas, investidores vão acompanhas índices de atividade (PMIs) de serviços da região e dados do setor varejista da zona do euro. Às 4h15, no horário de Brasília, a Bolsa de Londres caía 0,85%, a de Frankfurt recuava 0,60% e a de Paris se desvalorizava 0,64%. Em Milão, Madri e Lisboa, as perdas eram de 0,92%, 0,65% e 0,38%, respectivamente.
Dados dos EUA
O relatório de empregos (payroll) dos EUA de março será divulgado às 9h30. As previsões do mercado variam de +50 mil vagas a -300 mil postos de trabalho, com mediana de -100 mil vagas, de acordo com pesquisa do Projeções Broadcast. O presidente americano, Donald Trump, reúne-se com executivos-chefes de petrolíferas.
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