O governo está comprometido em conter a “besta” do aumento de gastos públicos, asseguram fontes do Ministério da Economia e do Palácio do Planalto. Depois do aumento dos gastos esse ano para enfrentar os efeitos da covid-19, a equipe econômica quer achatar o rombo das contas públicos para um patamar entre 1% e 2% do Produto Interno Bruto (PIB).
Segundo uma fonte, que pediu para não ser identificada, não se trata de uma “promessa”, mas uma diretriz do governo que será perseguida com o plano de retomar a aprovação das reformas estruturantes.“Vamos tentar chapar o bicho (o déficit) para baixo, empurrar ladeira abaixo. Não vai ser os 11%, 12% deste ano”, previu um integrante da equipe econômica, que falou na condição de anonimato.
Para isso, de acordo com a fonte, são necessárias a manutenção do teto de gastos, a regra constitucional que proíbe que os gastos cresçam em ritmo superior à inflação, e aprovação de medidas do chamado DDD (desindexar, desvincular e desobrigar), para tirar as "amarras" do Orçamento. A previsão do Ministério da Economia é fechar 2020 um déficit primário de 12% do PIB.
As declarações vêm num momento em que os investidores colocam em dúvida o comprometimento do governo com a contenção de gastos em 2021.
Como mostrou o Estadão, economistas e instituições financeiras avaliam que, se não houver correção de rumo, o Brasil pode viver uma crise da dívida pública e comprometer o quadro atual de juros e inflação baixa. Sinais nessa direção já são sentidos nos indicadores de mercado, como câmbio e juros futuros.
Além do controle dos gastos, o Ministério da Economia conta para 2021 com o avanço das concessões e a aprovação das reformas administrativa e tributária.
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