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Economia e Negócios

Ibovespa cai 0,41%, à espera de previdência de militares

A queda no final do dia coincidiu com a piora das bolsas americanas, mas foi conduzida através das ações do setor financeiro.

O bom desempenho das ações de empresas de commodities não foi suficiente para garantir nova alta do Índice Bovespa nesta terça-feira, 19, que não teve fôlego para avançar além dos 100 mil pontos no fechamento. O principal índice da B3 chegou a avançar acima desse patamar ao longo do dia, mas perdeu o viés positivo na última hora de negociação e fechou aos 99.588,37 pontos, em baixa de 0,41%.

A queda no final do dia coincidiu com a piora das bolsas americanas, mas foi conduzida através das ações do setor financeiro. Desde cedo, os papéis dos bancos já vinham fazendo contraponto às ações de Petrobras, Vale e siderúrgicas, principais destaques de alta. A queda dos bancos foi atribuída a uma realização de lucros, que ocorreu mesmo com a elevação da perspectiva de rating de nove instituições, anunciada pela agência de classificação de risco Standard & Poor's.

Segundo Vitor Miziara, sócio da Criteria Investimentos, com a reforma da Previdência no foco, investidores preferiram a cautela, na espera pela apresentação da proposta de reforma da Previdência dos militares, prevista para esta quarta-feira. "A proposta para os militares já será uma bela mostra do início da tramitação da reforma da Previdência, com potencial para tirar parte da gordura (das ações) dos últimos dias", afirmou.

No rol das expectativas para quarta-feira estão ainda as reuniões de política monetária do Federal Reserve e do Banco Central brasileiro. Nos dois casos, o mercado espera sinalizações sobre como serão conduzidas as políticas de juros até o final do ano. A aposta em um corte da taxa Selic em 2019 seria, na visão de alguns analistas, um dos motores das recentes altas do Ibovespa recentemente.

Para Raphael Figueredo, sócio e analista da Eleven Financial, a queda do índice teve influência do mercado externo, uma vez que o viés doméstico segue positivo. Ele ressalta o recente ingresso de recursos externos na bolsa, que se dá principalmente por meio das ações "preferidas" pelos investidores.

"Diversos relatórios de instituições internacionais vêm apontando o Brasil como um mercado com potencial de valorização. Isso já se reflete nas ações mais negociadas pelos estrangeiros e, aos poucos, se estenderá por papéis ligados ao ciclo econômico", disse Figueredo.

Na análise por ações, as quedas do setor financeiro foram lideradas por Itaú Unibanco PN (-2,33%), Bradesco PN (-2,15%) e Banco do Brasil ON (-2,14%). Segundo Figueredo, a expectativa pela reunião do Copom, nesta quarta, pode ter contribuído para a correção, uma vez que parte do mercado espera novo corte da Selic este ano, enquanto outro grupo defende a manutenção da taxa Selic por mais tempo. Na ponta oposta à dos bancos estiveram Vale ON (+2,85%) e Petrobras ON (+1,58%) e PN (+1,60%)


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