O Banco Central reduziu a taxa básica de juros, a Selic, em 0,75 ponto porcentual, para 12,25% ao ano. A decisão foi unânime e é desta quarta-feira (22).
De acordo com o Estadão, esta é a quarta vez seguida que o Banco Central decide cortar os juros, que agora alcançaram o menor patamar desde janeiro de 2015.
O Comitê de Política Monetária (Copom) divulgou nota em que afirma que “entende que a convergência da inflação para a meta de 4,5% no horizonte relevante para a condução da política monetária, que inclui os anos-calendário de 2017 e, com peso gradualmente crescente, de 2018, é compatível com o processo de flexibilização monetária".
Com o recuo da inflação, que fechou o ano de 2016 em 6,29%, a instituição adotou um novo ritmo de corte nos juros de 0,75 ponto, segundo o presidente do BC, Ilan Goldfajn.
Havia a percepção de que o corte de 1 ponto porcentual da Selic era possível, em função da inflação recente, mas não era provável. Isso porque o BC vinha sinalizando a intenção de promover corte de 0,75 ponto porcentual, como fez em janeiro.
Ainda segundo o Estadão, mesmo com o corte, o Brasil segue tendo o maior juro real do mundo. Segundo cálculos do economista-chefe da Infinity Asset, Jason Vieira, a distância entre a taxa de juros e a inflação gera um juro real de 7,30% ao ano. Para investimentos, o juro real maior favorece as aplicações em renda fixa e deve continuar rendendo ganhos para quem investe nessa modalidade.
Para o Copom, uma possível intensificação do tamanho do corte da Selic depende de uma avaliação sobre quanto tempo vai durar o ciclo de baixa, mas, também, da recuperação da economia e da evolução da inflação.
A projeção é de que até o final de 2017 a Selic caia a 9,5% ao ano. Para a inflação, a expectativa é de que o índice oficial encerre o ano em 4,43%, abaixo do centro da meta, de 4,5%.
Apesar de reforçarem a trajetória de queda da inflação, dados do IPCA-15 divulgados também nesta quarta-feira pelo IBGE mostram que os preços tiveram um avanço além do esperado na passagem de janeiro para fevereiro. Mesmo assim, o indicador teve o menor resultado para meses de fevereiro desde 2012.
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