Imagem: Foto: Ricardo Moraes/ReutersCom alta do dólar, dívida da Petrobras pode chegar a R$ 513 bilhões
A disparada do dólar, que alcançou a maior cotação desde a criação do Plano Real, agravou ainda mais a situação financeira da Petrobras. A estatal já contabilizou uma alta de cerca de 100 bilhões de reais nas dívidas em moeda estrangeira.
Diante do novo patamar do dólar, a dívida da Petrobras pode chegar a 513 bilhões de reais ao final de setembro, o que equivale a 9,4% de todo Produto Interno Bruto (PIB) do país em 2014. As estimativas foram feitas pela consultoria Economática e considera a cotação de 4,04 reais para o dólar.
Diante das incertezas do rumo da política econômica do país, o dólar comercial fechou a 4,05 reais nesta terça (22).
A estatal é extremamente vulnerável à variação cambial, já que mais de 70% de sua dívida está em moeda estrangeira. A reação dos mercados, na terça, foi imediata. As ações da estatal tiveram os menores preços desde 2004, fechando o pregão na Bovespa com queda de 3,13% nas ações ordinárias e de 4,52% nas preferenciais.
Ingerência política
As estimativas do endividamento da petroleira foram confirmadas e acumulará alta de 723% desde dezembro de 2010 até agora. De acordo com analistas, a explosão da dívida no período é decorrente da ingerência política na estatal que segurou os reajustes dos combustíveis para conter a inflação.
Entre 2011 e 2014 o consumo de gasolina e diesel crescia e o preço internacional do petróleo subia mas a Petrobras era obrigada a importar combustíveis e vender a um preço mais barato dentro do Brasil, absorvendo a diferença. A estatal recorreu ao crédito externo para manter os investimentos.
A empresa negou a opção por um novo aumento de capital e venda de ações. A medida divide opiniões. Walter De Vitto, da consultoria Tendências, afirma que investidores privados podem ter medo de investir em uma empresa com histórico de corrupção.
“Investidores privados teriam muito receio de colocar mais recursos na empresa com esse histórico de ingerência, corrupção e endividamento. E como um governo endividado, com uma situação fiscal delicada, vai colocar dinheiro?”, afirma o consultor.
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