A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou janeiro com alta de 0,21%, ante um aumento de 1,15% em dezembro, informou nesta sexta-feira, 7, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa é a menor para um mês de janeiro desde o início do Plano Real, lançado em fevereiro de 1994.
No Brasil, o IGP-DI e o IPCA de janeiro mostram forte desaceleração ante dezembro, reforçando ainda o mal estar com a recuperação lenta da economia brasileira. Os fracos índices de preços apoiam ainda leve baixa dos juros futuros, após a correção de alta na quinta-feira, 6, pós-Copom. Contudo, o arrefecimento dos índices de preços não deve alterar as apostas para a política monetária depois da clara mensagem de fim dos cortes da Selic deixada pelo Copom na quarta-feira.
O IPCA de janeiro subiu 0,21% ante aumento de 1,15% em dezembro, ficando abaixo do piso das estimativas (0,31% a 0,56%). O IGP-DI subiu 0,09% em janeiro, após um avanço de 1,74% em dezembro, bem abaixo da mediana das projeções (0,28%) e dentro do intervalo das previsões do Projeções Broadcast (-0,09% a +0,60%).
Em evento no Rio, o secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, informou que a previsão é votar o "plano Mansueto" de ajuste fiscal em março. O ministro da Economia, Paulo Guedes, insiste em buscar apoio para um novo imposto sobre transações eletrônicas ou sobre "produtos do pecado" (como bebidas alcoólicas, cigarros, doces) para reduzir a tributação que as empresas pagam sobre os salários dos empregados.
Além disso, o governo segue sem definir se enviará a proposta de reforma tributária para o Congresso ou se aguardará a unificação das propostas (PEC) que tramitam na Câmara (PEC 45) e no Senado (PEC 110), segundo o líder do governo na Câmara, Vitor Hugo (PSL-GO).
Às 10h00, o dólar à vista subia 0,23%, cotado a R$ 4,2951. O dólar futuro para março avançava 0,28%, a R$ 4,2990, ante máxima maus cedo em R$ 4,3060.
Dólar Turismo
De acordo com levantamento do Estadão/Broadcast, que acompanha nove das principais casas de câmbio, a moeda americana para turismo encosta em R$ 4,50 para compra em São Paulo - os valores variam entre R$ 4,44 e R$ 4,49.
Recorde no fechamento de quinta
Na quinta-feira, 6, os sinais de impacto do coronavírus na indústria brasileira contribuíram, junto com a valorização externa do dólar, para estimular a busca por proteção na moeda americana. Houve ainda saída de capital externo, seja por uma grande operação relatada por operadores, seja por estrangeiros deixando a Bolsa.
O dólar à vista fechou com valorização de 1,09%, a R$ 4,2852 - nova máxima nominal desde a implantação do Plano Real. A anterior foi dia 31 de janeiro, quando o dólar terminou em R$ 4,2850. No mercado futuro, o dólar para março chegou na máxima a R$ 4,2910. Também o índice DXY do dólar, que mede o comportamento da divisa americana ante moedas fortes, alcançou o maior valor desde outubro do ano passado.
Neste ano, a moeda americana já se valorizou em mais de 7%. Nos últimos 30 dias, a alta chega a 5,67% e, em 12 meses, a 15,50%.
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