Depois de começar o dia em leve baixa, o dólar passou a subir no fim da manhã por causa da tensão geral com o rápido avanço do coronavírus e fechou no maior valor nominal da história nesta sexta-feira, 31, aos R$ 4,2850.
A máxima registrada, às 13h38, ficou em R$ 4,2862, alta de 0,67% no dia. Nas casas de câmbio, segundo monitoramento realizado pelo Estadão/Broadcast, a moeda americana encostou nos R$ 4,50, variando entre R$ 4,40 e R$ 4,48. No mês, a moeda já se valorizou em 6,80% e, nos últimos 12 meses, 17,09%. Às 15h41, o dólar subia 0,62%, sendo cotado a R$ 4,2838.
O Ibovespa encerrou janeiro com a primeira variação negativa para o mês em quatro anos e terminou em baixa pela segunda semana seguida, acompanhando a aversão a risco no exterior. A queda foi de 1,66%, e a Bolsa fechou aos 113.606,95 pontos.
A ampliação da máxima do dia ocorreu paralelamente à divulgação da queda do índice da atividade industrial de Chicago para 42,9 em janeiro, menor nível desde 2015. Analistas ouvidos pelo Wall Street Journal previam 48,5 e leituras abaixo de 50 indicam contração da atividade econômica nessa pesquisa.
Antes do dado americano, o dólar à vista já havia se alinhado à valorização do dólar no mercado futuro e no exterior em relação a outras divisas emergentes ligadas a commodities. De acordo com operadores do mercado financeiro, o catalisador principal até então era a desvalorização das divisas emergentes em meio à retomada da aversão a risco com o rápido alastramento do coronavírus para 22 países, incluindo a China, além de seus quatro territórios (Macau, Hong Kong, Taiwan e Tibete).
Entre o fim da tarde de quinta e esta sexta-feira, Reino Unido, Itália e Rússia relataram seus primeiros casos de coronavírus. Com isso, o mercado global dissipou o alívio que vinha desde quinta, após a Organização Mundial da Saúde (OMS) não recomendar restrições de viagens por conta da doença, apesar de ter declarado emergência global de saúde pública.
No Brasil, o Ministério da Saúde anunciou que só irá elevar o grau de risco de nível 2 para 3 - o mais alto - quando for confirmado o primeiro caso de coronavírus no País. Por enquanto, há nove casos suspeitos sendo monitorados em Minas, Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná e Ceará.
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