Os alertas de desmatamento na Amazônia alcançaram um novo recorde em abril, conforme dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), órgão ligado a Ministério da Ciência e Tecnologia. De 1º a 29 de abril foram 1.013 quilômetros quadrados de alertas de alertas de perda florestal pelo sistema Deter, um aumento del 74,6 % ante o mesmo mês de 2021. Também é o nível mais alto para abril desde o início da série histórica, iniciada em 2016.
Segundo especialistas, a explosão do desmatamento nesta época do ano é incomum porque este é o período de chuvas no bioma. Desde o início do seu governo, em 2019, Jair Bolsonaro tem sido alvo de críticas no País e no exterior pela escalada nas taxas de perda da floresta.
O desmate é responsável pela maior parte da contribuição do Brasil no crescimento de emissões de gases de efeito estufa e na piora do aquecimento global.
“O contexto forma uma tempestade perfeita”, diz Raul Valle, diretor de Justiça Socioambiental do WWF-Brasil. “Internamente, temos três anos de impunidade, com redução das ações de controle, fiscalização e autuação, agravados em 2021 por um discurso ainda mais permissivo por causa da temporada eleitoral. E, com a guerra, a escassez de produtos aumenta o valor das commodities e vigora a falsa ideia de que é necessário desmatar mais para produzir mais, o que é um equívoco", acrescenta.
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