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Ciência e Tecnologia

Facebook registra crescimento mais lento da década e reduz lucro em 21%

A companhia de Mark Zuckerberg culpou a guerra na Ucrânia pelo mau desempenho.

A Meta, grupo que controla os aplicativos Facebook, Instagram e WhatsApp, registrou no último trimestre o crescimento mais lento da companhia nos últimos 10 anos, de acordo com balanço financeiro da empresa revelado nesta quarta-feira, 27. Segundo o documento, a receita da companhia cresceu apenas 7% na comparação entre os três primeiros meses de 2021 com os três primeiros de 2022.

Além disso, a companhia de Mark Zuckerberg registrou diminuição de 21% do lucro líquido na comparação trimestral ano a ano, saindo de US$ 9,4 bilhões no ano passado para US$ 7,4 bilhões em 2022.


No trimestre passado, de acordo com o documento, o grupo viu crescer a principal métrica para avaliar crescimento de longo prazo: usuários mensais ativos (ou MAUs, na sigla em inglês). Até 31 de março de 2022, as redes sociais de Zuckerberg somavam 2,94 bilhões de usuários mensais, aumento de 3% na comparação com igual período do ano passado, e abaixo das expectativas do mercado financeiro, de 2,97 bilhões.

Além disso, o Facebook expandiu o número de usuários ativos diários (DAUs, na sigla em inglês) — métrica mais precisa para se medir o uso de uma rede social no curto prazo. Em 2022, são 1,96 bilhão de pessoas ativas todos os dias no Facebook, aumento de 4% ante 2021 - a expectativa do mercado era 1,95 bilhão. Quando considerados os outros apps da empresa (como Instagram e WhatsApp), o número é de 2,87 milhões.

Já em anúncios, por onde as plataformas geram receita, foi registrado aumento de 15%, sem valores revelados. Ao mesmo tempo, o custo por publicidade caiu 8%.

"Fizemos progressos nesse trimestre em várias prioridades-chave da companhia, e permanecemos confiantes nas oportunidades e crescimentos de longo prazo que nossos produtos irão destravar", afirmou Mark Zuckerberg, presidente executivo do grupo, em nota publicada no balanço.

O mau desempenho dos números, porém, não desanimou investidores: a Meta vê as ações subirem a mais de 15% após a publicação do balanço financeiro, no fechamento do mercado.

Essa animação pode ter um motivo: o mercado esperava lucro por ação de US$ 2,56, mas a Meta superou as expectativas e apresentou US$ 2,72. Ainda assim, o valor registrado é uma queda em relação ao primeiro trimestre de 2021, quando a companhia (então batizada de Facebook) apresentou US$ 3,30.

Metaverso continua dando prejuízo

Principal aposta de Zuckerberg para o futuro da empresa, o metaverso continua operando no vermelho. A divisão de realidade aumentada da companhia, batizada de Reality Labs, aumentou o prejuízo de operação para US$ 2,9 bilhões, ante US$ 1,8 bilhão do mesmo trimestre de 2021. No trimestre anterior, o prejuízo foi de US$ 3,3 bilhões.

Por outro lado, a receita gerada pela unidade do metaverso subiu para US$ 695 milhões, aumento de 30% em relação aos três primeiros meses do ano passado.

Pós-tombo

Esse é o primeiro resultado apresentado ao mercado após o balanço de 2021. Nos resultados referente aos três últimos meses de 2021, a Meta decepcionou o mercado, fazendo com que a companhia perdesse US$ 252 bilhões em valor, feito até então inédito para as empresas listadas na Bolsa americana.

O motivo foi a retração de DAUs pela primeira vez na história da companhia, que, desde 2005, vinha em expansão mundial com seus aplicativos. Na métrica, o Facebook, Instagram e WhatsApp registraram queda de 1,92 bilhão de usuários ativos diariamente, ante 1,93 bilhão na comparação com o período de julho a setembro de 2021.

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