O Spotify ainda deve enfrentar as consequências do caso Joe Rogan, que levou a um boicote liderado pelo roqueiro canadense Neil Young. Segundo uma pesquisa da consultoria Forrester Research, 19% dos usuários da plataforma nos EUA já abandonaram ou planejam abandonar o serviço.
Segundo a pesquisa, outros 18,5% podem deixar o serviço caso mais artistas retirem os seus catálogos - além de Young, Joni Mitchell, India Arie, Roxane Gay, Mary Trump, David Crosby, Stephen Stills e Graham Nash tomaram o mesmo rumo. Mais da metade dos entrevistados, 54%, não pensam em sair do Spotify, enquanto 8,5% disseram que pensaram em sair, mas que consideram os recursos do serviço importante demais.
A pesquisa foi realizada nos EUA, Canadá e Reino Unido com 657 pessoas, uma base muito pequena para identificar grandes tendências dentro do Spotify. Porém, a empresa já vem apresentando crescimento tímido. No balanço financeiro divulgado na semana passada, a empresa registrou que o número de assinantes, que respondem pela maior parte da receita da empresa, teve um aumento mínimo de 5% — o terceiro trimestre fechou com 176 milhões de assinantes. O total de usuários ativos mensais no serviço aumentou 7%, de 381 milhões para 406 milhões. Os números desgradaram os investidores e as ações caíram 23%.
A novela Joe Rogan, porém, deve ganhar novos capítulos. Tudo começou em janeiro, quando cantor Neil Young pediu para que o Spotify retirasse suas músicas da plataforma — pedido que foi atendido pela empresa. Ele ficou descontente após um episódio de Rogan com Robert Malone, médico americano conhecido pelo negacionismo, espalhar mentiras sobre a pandemia e sobre as vacinas.
Com a retirada do catálogo de Young e o aumento da pressão na companhia, o Spotify tentou se justificar publicamente dizendo ser apenas uma plataformas, e não uma produtora do conteúdo. Nos últimos dias, porém, a empresa removeu silenciosamente de seu serviço mais de 100 episódios de Rogan que traziam informações falsas.
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