Nesta sexta-feira (31), o Instituto do Câncer do Estado de São Paulo anunciou que decidiu suspender a inclusão de novos pacientes nos testes com fosfoetanolamina, substância que ficou conhecida com a “pílula do câncer”.
Os testes feitos com 72 voluntários não mostraram resultados que comprovassem a eficácia do produto no combate a tumores, segundo o diretor-geral da instituição, o oncologista Paulo Hoff.
“Neste momento o estudo tem se revelado muito aquém do que nós desejaríamos em termos de taxa de resposta”, disse em coletiva, ao lado do secretário estadual de Saúde, David Uip. No primeiro teste, 59 pacientes tratados com as dosagens diárias de fosfoetanolamina. Na reavaliação dos pacientes, apenas um registrou índice de remissão dos tumores maior do que 30%.
- Foto: UolPílula do Câncer
A expectativa da equipe do Instituto era que pelo menos 20% dos voluntários tivessem resultados positivos para dar continuidade. Ainda estão sendo ministradas doses a 20 pacientes.
“Achamos mais prudente suspender a inclusão de novos pacientes no estudo, porque da maneira como está sendo colocado não achamos ético continuar incluindo pacientes nesse estudo”, afirmou o diretor do Icesp.
Os pacientes que obtiveram resultados positivos, serão estudados com mais profundidade, segundo Hoff. “Uma resposta em 59 avaliações pode acontecer por diversas razões. Gostaríamos que fosse pelo efeito benéfico do produto e vamos estudar isso com cuidado”, acrescentou.
De acordo com a Agência Brasil, os pacientes que participaram do estudo tinham 10 tipos diferentes de câncer. Porém, apenas em relação ao câncer colorretal foi alcançada a meta de inclusão de 21 voluntários para uma avaliação conclusiva dos efeitos. Neste grupo, os resultados foram todos insatisfatórios. Apenas um paciente com melanoma atingiu as taxas de sucesso esperadas.
Ver todos os comentários | 0 |