No Piauí, a Leishmaniose Visceral Canina (LVC), conhecida popularmente como calazar, atinge mais de 50% dos cães. Por muitos anos, a doença foi considerada tratável, mas, de difícil cura parasitológica. Depois surgiram outros medicamentos, mas não tão eficazes como o Milteforan.
O tratamento lançado este ano no país tem quase 100% de eficácia e permite que o animal fique clinicamente saudável. A doença, que possuía caráter eminentemente rural, expandiu-se para as áreas urbanas, tornando-se um problema de saúde pública. Hoje, a região Nordeste é a mais acometida, além de outros grandes centros como Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Campo Grande (MS) e outros municípios paulistas como Araçatuba, Bauru, Presidente Prudente.
De acordo com o médico veterinário, Tadeu Probo, a Leishmaniose é uma doença desafiadora, mas a chegada do Milteforan permite o controle da doença. “O Milteforan é bastante prático e administrado oralmente para o animal, em dose diária única, por 28 dias, o que torna o medicamento mais fácil de ser realizado pelo proprietário”, disse.
- Foto: DivulgaçãoVacina canina
Ainda segundo Probo, a partir de um estudo clínico controlado e aleatório em cães infectados, o Milteforan promoveu redução dos sintomas da doença e evidente melhora clínica em 94,2% dos animais até a 14ª semana de observação após o tratamento. “O remédio oferece segurança e possui ação imunomoduladora, estimulando a resposta celular e diminuindo a carga do parasito”, informa.
O médico veterinário ressalta que, no Piauí, o preço do medicamento é a partir de R$ 900, dependendo do peso do animal. Tadeu recomenda que o animal em tratamento seja acompanhado por um especialista regularmente. Além disso, ele argumenta que o medicamento deve ser considerado como mais uma maneira para auxiliar no programa de controle da zoonose, mas que a prevenção ainda é a melhor ferramenta. “A prevenção sai mais barata. Através da utilização de inseticidas e repelentes e de produtos específicos é possível auxiliar o controle do mosquito transmissor”, enfatiza.
Leishmaniose
A LVC também conhecida popularmente como calazar é classificada entre as seis endemias prioritárias no mundo, cuja transmissão ocorre pela picada do vetor flebótomo (Lutzomia spp – “mosquito-palha”) infectado. O homem pode ser contaminado se estiver presente em uma área endêmica, como viajante ou como residente. Não há transmissão direta de pessoa para pessoa.
Em relação aos sintomas, o médico veterinário menciona os principais: anemia; perda de peso; problemas de locomoção; dermatites, entre outros. Probo informa que o diagnóstico da doença ainda é um desafio para os médicos veterinário, devido à presença de animais assintomáticos, variabilidade das manifestações clínicas, que muitas vezes, e pela dificuldade em se obter uma prova diagnóstica que ofereça 100% de sensibilidade e especificidade. Assim, o diagnóstico deve seguir etapas sucessivas com base nos critérios: epidemiológico, clínico e laboratorial.
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