Na sessão do Supremo Tribunal Federal (STF) desta sexta-feira (6), o ministro Alexandre de Moraes se posicionou contra a proibição da revista íntima vexatória em presídios. O julgamento, que já formou maioria pela proibição em outubro do ano passado, segue em debate na Corte.
O tema está em análise no Recurso Extraordinário com Agravo (ARE) nº 959620, que questiona os procedimentos nos quais visitantes e detentos são obrigados a se despir, realizar agachamentos e, em alguns casos, passar por inspeções invasivas.
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Moraes destacou que, apenas nos últimos anos, foram realizadas 625 mil apreensões de materiais ilícitos escondidos sob as roupas ou em partes íntimas. Segundo ele, caso a revista seja vetada, as autoridades penitenciárias poderão ser forçadas a adotar medidas rígidas, como a suspensão das visitas.
Ele também diferenciou a revista íntima do abuso policial, defendendo que a eliminação desse tipo de inspeção pode facilitar a entrada de celulares, armas e drogas nas unidades prisionais. “Se nos próximos 24 meses não houver scanners, como será feita a fiscalização? Quem será responsabilizado quando armas e celulares entrarem? O diretor do presídio?”, questionou o ministro.
Por outro lado, o relator do caso, ministro Edson Fachin, argumentou que eventuais abusos não devem justificar a manutenção da prática, pois o correto seria punir as exceções. Já o ministro Luiz Fux demonstrou preocupação com a possibilidade de provas obtidas por meio da revista íntima serem consideradas ilícitas. A sessão foi encerrada sem definição, e a discussão será retomada no dia 12 de fevereiro.
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