Na manhã desta sexta-feira (31), o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, afirmou que o Governo precisa desacelerar a economia para evitar um descontrole inflacionário. Em entrevista ao Estadão, Ceron destacou que a equipe econômica adotará uma política fiscal mais contracionista ao longo deste primeiro semestre.
A declaração ocorre após a divulgação de dados alarmantes que mostram uma inflação crescente, em meio ao aumento da taxa básica de juros para 13,25% pelo Banco Central, com expectativas de que a Selic chegue a 15% ou mais ainda este ano. A Selic é o principal instrumento utilizado pela autoridade monetária para controlar a desvalorização da moeda nacional.
“Isso resolve? Não, mas contribui na margem. A política fiscal atuando de forma contracionista colabora para a harmonização da política monetária. Neste momento, para garantir esse processo, esse choque inicial, eu acho que tem um papel importante”, explicou Ceron.
O secretário também informou que a execução parcial do Orçamento deste ano será limitada a um dezoito avos (1/18), pois ainda não foi votado e aprovado em 2024. Essa medida faz parte dos esforços para controlar a taxa básica de juros.
Apesar disso, agentes do mercado estão céticos quanto à eficácia dessa estratégia. Eles questionam se o governo manterá o rigor necessário, especialmente com as eleições de 2026 se aproximando. Ceron, no entanto, garantiu que tanto a equipe econômica quanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) compreendem a necessidade de conter a inflação.
Ver todos os comentários | 0 |