O advogado-geral da União, Jorge Messias, anunciou nesta quarta-feira (15) que acionou a Polícia Federal (PF) para investigar os responsáveis por falarem que o sistema de pagamentos instantâneos Pix seria taxado no Brasil. O anúncio ocorreu após o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recuar e revogar a decisão de monitorar transações acima de R$ 5 mil realizadas por pessoas físicas.
Messias afirmou que "discursos irresponsáveis, principalmente por parte de políticos da oposição, causaram um grande alvoroço, levando cidadãos de boa fé, comerciantes e outros membros da sociedade a acreditarem em informações falsas, o que resultou em golpes contra a economia popular".
"Então, nós identificamos crimes contra a economia popular e é por isso que estamos recorrendo à Polícia Federal que abra o inquérito para investigar todos os crimes contra a economia popular e também crimes utilizando os símbolos, a logomarca do governo federal, do Ministério da Fazenda e da Secretaria da Receita Federal”, afirmou.
O impacto das falas sobre o Pix foi amplificado principalmente pelas redes sociais. Parlamentares da oposição, como o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), se mobilizaram para pressionar o governo pela suspensão do monitoramento das transações acima de R$ 5 mil. Em um vídeo postado em suas redes sociais, Ferreira fez críticas à medida e obteve mais de 200 milhões de visualizações em apenas 24 horas.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também se manifestou após uma reunião com o presidente Lula. Haddad acusou os opositores de agirem contra o Estado brasileiro, ao espalharem informações falsas sobre o Pix. "Esses inescrupulosos, incluindo senadores e deputados federais, agiram contra o Estado", declarou o ministro.
Haddad apontou que os discursos alimentaram o que ele classificou como um grande "dano", e afirmou que "essas pessoas estão cometendo um crime". Para o ministro, ao desacreditar um instrumento público legítimo como o Pix, os parlamentares da oposição violaram princípios legais. "Essas pessoas têm que responder pelo que fizeram", completou Haddad. No entanto, o ministro enfatizou que o governo não quer interferir na tramitação da Medida Provisória no Congresso Nacional até que se esclareça o ocorrido nos últimos dias.
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