USP finaliza relatório e cobra medidas contra professor acusado de abuso sexual

A Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) encaminhou à Procuradoria-Geral da instituição, nessa quinta-feira (9), um relatório preliminar sobre as acusações de assédio e abuso sexual contra o professor Alysson Mascaro. O caso envolve denúncias de mais de dez alunos e motivou a abertura de uma investigação após reportagem do site Intercept Brasil, publicada no início de dezembro.

O relatório reúne cerca de 30 depoimentos de supostas vítimas e testemunhas, que descrevem episódios relacionados ao comportamento do professor. Segundo informações da Folha de S.Paulo, o documento aponta "relatos preocupantes" e solicita a adoção de medidas pela direção da faculdade. A defesa de Mascaro, conduzida pela advogada Fabiana Marques, afirma não ter tido acesso ao relatório até o momento, mas declara confiança na inocência do professor e na fragilidade das acusações apresentadas.

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Entre os relatos mencionados, um ex-aluno afirmou que, em 2022, foi convidado pelo docente a discutir temas acadêmicos em seu apartamento, onde teria sido coagido a permanecer de cueca e abraçar o professor. O episódio teria sido justificado por Mascaro como uma prática inspirada nos métodos de interação entre filósofos e discípulos na Grécia Antiga. O professor, que é advogado e integra o corpo docente da USP desde 2006, nega as acusações e se declarou vítima de calúnia durante depoimento à faculdade no último dia 7.

As denúncias vieram à tona após publicação do Intercept Brasil no dia 3 de dezembro, em que dez estudantes e ex-estudantes relataram comportamentos impróprios do professor. A repercussão levou a USP a instaurar, no dia seguinte, uma sindicância para apurar os fatos. Um professor foi designado para presidir a investigação, que tinha prazo inicial de 30 dias para conclusão e poderá resultar em desdobramentos administrativos e judiciais.

Alysson Mascaro é conhecido por suas críticas ao capitalismo e por sua proximidade com figuras públicas, como o ex-ministro de Direitos Humanos Silvio Almeida, também alvo de acusações de assédio sexual.