O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, decidiu nesta quinta-feira (22) retirar o sigilo do Inquérito 4972, que investiga o vazamento de mensagens trocadas entre seus auxiliares. As mensagens revelam suposta atuação irregular com o objetivo de perseguir aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros nomes da direita.
O inquérito foi aberto no início desta semana, após a divulgação pela Folha de S. Paulo de mensagens que indicariam o uso do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) como um braço investigativo paralelo. As conversas vazadas envolvem três pessoas-chave: Airton Vieira, juiz instrutor de Moraes no STF; Marco Antônio Vargas, juiz auxiliar do ministro na presidência do TSE; e Eduardo Tagliaferro, chefe da AEED, órgão subordinado a Moraes na Corte Eleitoral.
Segundo as mensagens, relatórios produzidos no TSE teriam sido usados para subsidiar o inquérito das fake news no STF, envolvendo casos ligados ou não às eleições presidenciais de 2022, ano em que Moraes presidiu o TSE.
Ao determinar a abertura do inquérito, Moraes afirmou que o vazamento e a divulgação dessas mensagens configuram novos indícios da atuação de uma possível organização criminosa com o objetivo de desestabilizar as instituições republicanas. Segundo o ministro, os objetivos dessa suposta organização incluiriam a "cassação" dos ministros do STF, o "fechamento da Corte Máxima do país", o "retorno da ditadura" e o "afastamento da fiel observância da Constituição Federal".
A decisão de Moraes de retirar o sigilo do inquérito aumenta a tensão em torno do caso e abre novos desdobramentos na investigação, que pode ter implicações significativas para a relação entre o Judiciário e atores políticos.
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