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Banco do PCC movimentou R$ 8 bilhões para financiar políticos

De acordo com as investigações, a fintech foi utilizada para financiar campanhas políticas.

A Polícia Civil de São Paulo investiga um esquema que movimentou cerca de R$ 8 bilhões por meio do banco digital 4TBank, controlado pelo Primeiro Comando da Capital (PCC). De acordo com as autoridades, a fintech foi utilizada para financiar campanhas políticas e esquentar dinheiro proveniente de atividades ilegais, fortalecendo o crime organizado. As investigações apontam que o banco também teria sido usado para movimentar recursos ligados à compra de drogas no Paraguai e para obter contratos públicos.

A prisão, em agosto deste ano, de uma mulher suspeita de integrar a facção deu início à apuração sobre os financiamentos políticos. Casada com um dos líderes do PCC preso há mais de duas décadas, ela coordenava negócios da organização em liberdade. Nas mensagens encontradas em seu celular, foram identificadas instruções para direcionar recursos a campanhas políticas e para o apadrinhamento de candidatos, com apoio de João Gabriel Yamawaki, operador do banco e integrante da facção.

Yamawaki, que também possui experiência no mercado financeiro, foi preso na mesma operação. Investigadores afirmam que ele integra a Sintonia Geral dos Caixas, setor da facção que cuida das movimentações financeiras e cambiais. Além disso, cartas encontradas com a esposa do líder do PCC detalhavam como o dinheiro deveria ser investido em campanhas eleitorais por meio da fintech, abrangendo desde a capital paulista até cidades do interior e litoral.

Entre os objetivos do esquema estava a infiltração em políticas públicas, especialmente em contratos e licitações, para legitimar recursos ilícitos e obter informações estratégicas sobre segurança pública. Os investigadores indicam que as transferências feitas pelo banco digital buscavam aparentar legalidade, enquanto também financiavam operações criminosas e a compra de entorpecentes.

As investigações revelam que a estrutura do banco digital foi criada há cerca de cinco anos, mas as operações eleitorais começaram a ser articuladas mais intensamente nos últimos 12 meses. Em Mogi das Cruzes, a esposa do líder financeiro do PCC chegou a anunciar sua pré-candidatura a vereadora, mas desistiu após a prisão do marido. No mesmo período, uma ONG mencionada no inquérito teria sido utilizada como parte do esquema de lavagem de dinheiro.

O Ministério Público de São Paulo apresentou denúncia contra 19 suspeitos, e mais de 30 pessoas seguem investigadas. Entre elas, seis possuem vínculos diretos com o banco do PCC, enquanto as demais estão associadas ao tráfico internacional de drogas.

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