O ministro das Relações Exteriores do Governo Lula, Mauro Vieira, afirmou nesta quarta-feira (23), em Kazan, na Rússia, que a entrada da Venezuela nos Brics pode ser considerada no futuro, mas dependerá de consenso entre todos os membros. A declaração foi dada durante uma coletiva de imprensa, no contexto da Cúpula dos Brics, que ocorre na cidade russa. Segundo o chanceler, o Brasil é favorável à inclusão de mais países, mas destacou que as decisões precisam ser tomadas coletivamente.
Vieira explicou que o bloco econômico está focado, no momento, em definir critérios e princípios para futuras adesões, sem discussões específicas sobre a entrada da Venezuela. Ele ressaltou que o Brasil acredita que o grupo, que passará a contar com 10 membros após a próxima fase de expansão, deve manter essa quantidade de parceiros.
Apesar de a Venezuela não estar entre os 13 países convidados na reunião desta semana, o chanceler frisou que essas nações ainda precisarão ser formalmente consultadas para aceitar ou não a adesão. Entre os novos potenciais integrantes estão Turquia, Indonésia, Argélia, Belarus, Cuba, Bolívia, Malásia, Uzbequistão, Cazaquistão, Tailândia, Vietnã, Nigéria e Uganda. Todos os países citados passarão por um processo de aceitação formal antes de se juntarem ao bloco.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, manifestou apoio à entrada da Venezuela nos Brics durante um encontro com o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, em Kazan. Putin elogiou a postura da Venezuela nas discussões internacionais e afirmou que o país sul-americano está alinhado com os princípios defendidos pelo bloco. Ele reforçou que a Rússia vê com bons olhos os esforços venezuelanos para ingressar no grupo.
Em resposta, Maduro declarou que a Venezuela está “no caminho para os Brics” e destacou que o país já aplica, por convicção, os princípios defendidos pela aliança. A expectativa venezuelana em integrar o bloco conta com o apoio russo, mas dependerá de negociações futuras, uma vez que qualquer expansão do Brics precisa do aval unânime dos países membros.
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