O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), informou a seus aliados próximos que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), não o alertou sobre a operação de busca e apreensão conduzida pela Polícia Federal (PF) no gabinete do líder da oposição na Casa, Carlos Jordy (PL-RJ), ocorrida nessa quinta-feira (18).
Lira teria sido informado apenas pela Polícia Legislativa sobre a ação da PF. Segundo apuração da revista Oeste, pela manhã, o presidente da Câmara também teria entrado em contato com o parlamentar. Além disso, Lira teria manifestado desconforto com a realização da busca e apreensão nas dependências da Casa.
A atitude do ministro, responsável por autorizar os mandados de busca contra Jordy, estaria em desacordo com a tradição do Judiciário de comunicar os presidentes do Legislativo sobre operações realizadas no Congresso.
Em situações anteriores, o ministro havia alertado os líderes do Legislativo antes de autorizar operações na Casa. Em junho de 2023, por exemplo, Moraes telefonou para o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para informar sobre a operação de busca e apreensão contra o senador Marcos do Val (Podemos-ES).
Em fevereiro de 2021, o magistrado comunicou a Lira sobre a prisão em flagrante do então deputado federal Daniel Silveira, após Silveira publicar um vídeo com ofensas aos ministros da Suprema Corte.
Até o momento, Arthur Lira não se pronunciou publicamente sobre a busca e apreensão realizada pela PF no gabinete de Jordy. As assessorias de Lira e Moraes não responderam aos contatos da revista Oeste até a publicação desta reportagem.
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