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Lula confirma troca no Ministério do Turismo para ampliar apoio do União Brasil

A troca faz parte de uma estratégia do Palácio do Planalto para ampliar a base governista.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) confirmou nesta quinta-feira (13) a demissão da ministra do Turismo, Daniela Carneiro. O Palácio do Planalto informou que Lula convidou o deputado federal Celso Sabino (União Brasil-PA) para assumir o cargo, e o parlamentar aceitou prontamente. A nomeação de Sabino será publicada no Diário Oficial da União nos próximos dias.

O convite a Sabino foi feito durante uma reunião em que o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, também estava presente. Essa troca faz parte de uma estratégia do Palácio do Planalto para ampliar a base governista dentro do partido União Brasil.


A ministra licenciada, Daniela Carneiro, voltará a ocupar sua cadeira na Câmara dos Deputados, representando a bancada do União Brasil. No entanto, ela está lutando na Justiça para deixar o partido e migrar para o Republicanos.

A demissão de Daniela Carneiro já vinha sendo discutida há pelo menos duas semanas, depois que o líder da bancada do União Brasil na Câmara, deputado Elmar Nascimento (BA), informou a Lula que o partido não se sentia representado pelos ministros indicados para o governo.

Além da ministra do Turismo, o partido União Brasil também tem Juscelino Filho nas Comunicações e Waldez Góes na Integração e Desenvolvimento Regional. No entanto, ambos foram indicados pelo senador Davi Alcolumbre.

Por outro lado, Daniela Carneiro foi indicada para o ministério devido ao apoio de seu marido, o prefeito de Belford Roxo, Waguinho Carneiro (Republicanos), durante o segundo turno das eleições do ano passado. No entanto, a ministra não conseguiu obter o apoio da bancada do União Brasil para o Governo Federal em votações na Câmara dos Deputados.

"O União Brasil tem manifestado o desejo de reformular a representação de seus três ministros. É completamente natural que um partido queira fazer isso. Mas estamos discutindo com o União Brasil essa reformulação. Sempre digo que o governo é como um rali: às vezes é preciso trocar o motorista, o pneu. O importante é estar no caminho certo", defendeu o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha.

Ministra do Turismo foi o pivô da primeira crise do governo Lula No início do governo Lula, Daniela Carneiro foi o pivô da primeira crise para o presidente, quando veio à tona sua ligação com a família de Juracy Alves Prudêncio, conhecido como Jura, condenado por liderar uma milícia na Baixada Fluminense. Jura é um ex-sargento da Polícia Militar e foi condenado a 22 anos de prisão por homicídio e associação criminosa. Ele já cumpriu cerca de 15 anos de sua sentença.

Durante a campanha de 2018, Jura apareceu em fotos ao lado de Daniela, entregando santinhos em uma passeata na Baixada Fluminense. Na época, Jura estava cumprindo pena em regime semiaberto, com autorização da Justiça para trabalhar, e ocupava o cargo de Diretor do Departamento de Ordem Urbana na Prefeitura de Belford Roxo, governada pelo marido de Daniela. No mesmo ano, ela foi eleita deputada federal.

A ex-ministra do Turismo, seu marido e o miliciano também foram fotografados juntos em outras ocasiões, como em uma festa infantil. De acordo com as sentenças que condenaram o ex-sargento da PM entre 2010 e 2014, Prudêncio era o líder do Bonde do Jura, uma milícia acusada de uma série de homicídios na Baixada Fluminense.

Prudêncio está preso desde 2009, quando foi o principal alvo da Operação Descarrilamento, realizada pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), que resultou na prisão de nove policiais militares acusados de integrar a milícia que ele chefiava.

Após a revelação, Lula minimizou o caso e disse ter "gratidão" por Daniela devido ao apoio recebido nas eleições presidenciais. Em uma entrevista à BandNews, o presidente admitiu que a ministra seria demitida apenas se houvesse provas além das fotografias que ligassem ela aos milicianos. "Por enquanto, acredito que não há evidências mais concretas. Se surgirem provas mais contundentes, ela será afastada do governo", afirmou Lula na ocasião.

Celso Sabino conta com apoio do União Brasil e de Lira para assumir o Turismo Celso Sabino tem trabalhado nas últimas semanas para garantir sua indicação para o cargo de ministro do Turismo. Além do apoio dos deputados de seu partido, ele também conta com o respaldo do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

Eleito pelo PSDB em 2018, Sabino deixou o partido após se alinhar ao governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e defender que o partido apoiasse Lira em vez de Baleia Rossi (MDB-SP), candidato apoiado por Rodrigo Maia. Essa decisão de apoiar o candidato do governo Bolsonaro para a presidência da Câmara resultou em um processo de expulsão contra ele. Em seguida, ele se juntou ao partido União Brasil.

A expectativa é que, com a posse de Sabino como ministro do Turismo, o partido passe a votar majoritariamente a favor do governo.

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