Patric Uelinton Salomão, de 43 anos, foi acusado pela Polícia Federal (PF) de ser um dos membros do Primeiro Comando da Capital (PCC) que planejavam um atentado contra o senador Sergio Moro (União-PR). Ele foi solto no início do ano passado, após obter um alvará de soltura concedido pela Justiça de São Paulo, por intermédio do mesmo advogado que conseguiu livrar um dos filhos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de uma ação da Operação Lava Jato.
Patric, conhecido como "Forjado" dentro da facção, é líder de um grupo do Primeiro Comando da Capital (PCC) que organiza e financia sequestros e atentados contra autoridades, de acordo com a Polícia Federal. Investigações antigas mostram que ele é parte da "sintonia final" do PCC, o que significa que se subordina apenas aos líderes máximos da facção, como Marcos Willians Herbas Camacho, conhecido como Marcola. Em 2019, Patric foi transferido junto com Marcola para a Penitenciária Federal de Brasília.
Patric Uelinton Salomão, conhecido como Forjado, foi um dos investigados na Operação Sequaz, realizada na última quarta-feira (22/3) pela Polícia Federal, com o objetivo de desmantelar um plano de sequestro e assassinato de autoridades, incluindo o senador Sergio Moro e o promotor de Justiça paulista Lincoln Gakiya. Segundo a PF, Forjado lidera um grupo do PCC que financia e organiza sequestros e atentados contra autoridades. No entanto, os policiais não conseguiram localizá-lo durante a operação e ele está atualmente foragido.
Forjado, condenado por diversos crimes, incluindo tráfico de drogas, formação de quadrilha, roubo e homicídio, já havia cumprido sua pena no início de 2022, mas permanecia detido junto com Marcola devido a uma prisão preventiva emitida em uma ação penal separada, que o acusa de lavagem de dinheiro em benefício do PCC. Ele e outros 19 réus foram denunciados pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP) por supostamente terem ocultado mais de R$1 bilhão movimentados pela facção entre 2018 e 2019.
O advogado Fabio Tofic, conhecido por ter defendido Fábio Luis Lula da Silva, o Lulinha, na Operação Lava Jato, também atua na defesa de Forjado no processo penal por suposta lavagem de dinheiro para o PCC. Em relação a Lulinha, o filho mais velho do presidente da República, foi acusado de ter recebido mais de R$ 100 milhões do grupo Oi/Telemar por meio da empresa Gamecorp. Entretanto, o caso foi arquivado pela Justiça Federal de São Paulo em janeiro do ano passado.
Nas alegações finais do julgamento de Forjado, apresentada no dia 10 de janeiro de 2022, Fabio Tofic destacou que anotações apreendidas durante investigações contra o PCC foram atribuídas de forma equivocada à Patric, porque estavam vinculadas a uma alcunha que não era dele.
“Ainda que Patric fosse ‘RB’ – o que se afirma apenas por amor ao debate e para demonstrar a teratologia da hipótese ventilada –, referida planilha demonstraria, no limite, que o defendente teria, em tese, contribuído para a entrada de valores na organização criminosa; que teria auferido valores que entraram na contabilidade do grupo. Mas contribuir com a entrada de ativos, ainda que no contexto de uma facção criminosa, não configura crime de lavagem de dinheiro!”, afirmou o advogado.
Onze dias depois, Patric foi absolvido da acusação de lavagem de dinheiro, juntamente com outro suspeito de integrar o setor financeiro do PCC. Na mesma sentença, o juiz Thiago Baldini De Filipp, da 1ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Dinheiro, expediu o alvará de soltura que colocaria Forjado em liberdade no mês seguinte, sendo representado por Fabio Tofic em sua defesa. O MPSP recorreu da decisão e o processo ainda está em andamento, com Tofic defendendo o membro da facção.
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