O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, anunciou na quinta-feira, 19 de outubro, que a petrolífera brasileira está seriamente considerando voltar a investir no setor de petróleo da Venezuela. Essa decisão vem à tona após os Estados Unidos terem retirado parte das sanções anteriormente impostas à Venezuela, um país com algumas das maiores reservas de petróleo do mundo.
“Vamos colocar a Venezuela no mapa de novo”, disse Patres em live promovida pela agência EPBR. A declaração vem depois que os Estados Unidos retiraram parte das sanções impostas à Venezuela, país com uma das maiores reservas de petróleo do mundo. Até agora, os EUA proibiam qualquer transação com empresas controladas pela PDVSA, a estatal de petróleo venezuelana.
O cenário internacional evoluiu rapidamente devido a uma promessa feita por Nicolás Maduro, ditador venezuelano, de realizar eleições livres e limpas em 2024. Maduro se comprometeu a permitir a presença de observadores externos durante o processo eleitoral e a libertar presos políticos, o que levou à flexibilização das sanções dos EUA.
Comemoração do Presidente Lula
O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, comemorou o acordo entre Maduro e a oposição e apoiou a decisão da Petrobras de considerar investimentos na Venezuela. Em uma declaração, Lula enfatizou que a escolha de investir na nação de Maduro "absolutamente não tem nada a ver com questões ideológicas e afinidades políticas que possam existir entre os dois países ou seus líderes".
Passado de Colaboração
Vale destacar que a Petrobras e a estatal venezuelana PDVSA já foram parceiras em projetos de exploração de petróleo na Venezuela, bem como na Refinaria Abreu e Lima, localizada em Pernambuco, que se tornou um dos pivôs da Operação Lava Jato. Até o momento, nenhum desses projetos alcançou seu potencial total.
Revolitalização da Indústria de Petróleo Venezuelana
Jean Paul Prates, presidente da Petrobras, afirmou durante uma transmissão ao vivo que a Venezuela está em grande necessidade de investimentos para revitalizar sua indústria de petróleo, que sofreu significativamente sob o regime de Maduro. Ele ressaltou o papel que a estatal brasileira pode desempenhar nesse processo, afirmando: "Nós, o Brasil, e dentro do Brasil, a Petrobras, seremos protagonistas dessas discussões. Aí vamos tomar decisões."
Interesse dos EUA na Parceria
Prates também destacou o interesse dos Estados Unidos em estabelecer parcerias com a Venezuela. Ele argumentou que a decisão do governo norte-americano está direcionada para o futuro, olhando 30 anos adiante, apesar de atualmente serem os maiores produtores de petróleo do mundo devido ao xisto. Ele explicou: "A Venezuela é um dos países que têm condições de produzir as últimas gotas de petróleo do mundo. Se atrasar esse processo, vai perder o trem da história."
A possibilidade de a Petrobras retomar investimentos na Venezuela, juntamente com a mudança nas relações internacionais e as perspectivas para a indústria petrolífera global, está gerando discussões intensas entre especialistas e analistas políticos. Este desenvolvimento inesperado abre caminho para uma nova era de colaboração na indústria do petróleo e pode ter repercussões significativas em todo o cenário geopolítico internacional.
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