Seis dias após a morte do campeão mundial de jiu-jítsu Leandro Lo, que levou um tiro na cabeça após uma briga em um show de pagode em um clube de São Paulo, parentes e familiares do atleta permanecem pedindo o esclarecimento do crime. O entendimento deles é de que o tenente da Polícia Militar Henrique Otávio Oliveira Velozo teria cometido o assassinato de maneira premeditada.
Com a reativação da conta do policial nas redes sociais, Fatima Lo usou seu perfil para convocar um protesto em frente ao Presídio Militar Romão Gomes, onde Henrique está preso. Após orientação jurídica, a manifestação foi cancelada e Fatima recebeu comentários de apoio de seus seguidores.
Em um vídeo que circula nas redes sociais, a mãe do lutador se refere ao governador Rodrigo Garcia (PSDB) e pede que o PM seja exonerado. “Ele não merece ser da Polícia Militar. Esse é um pedido de uma mãe; o senhor, como pai, se coloque no meu lugar. Que a justiça seja feita”, aparece dizendo. Nesta segunda-feira, 15, Garcia disse que "o PM será julgado como um assassino". "O policial está preso, já abrimos um procedimento disciplinar, o salário dele já está suspenso e não tenho nenhuma dúvida que vai terminar o processo disciplinar com a expulsão dele que não é policial, é assassino", afirmou ele, em sabatina do Valor, O Globo e CBN.
Henrique Velozo foi indiciado pela Polícia Civil pelo crime de homicídio doloso qualificado por motivo fútil, segundo informações da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, que também afirmou que a Polícia Militar abriu uma apuração administrativa para investigar o caso.
O caso
Ivã Siqueira Júnior, advogado da família de Leandro Lo, relatou, com base no depoimento de testemunhas, que a discussão começou quando o PM, durante o evento, foi em direção à mesa em que o lutador e outros amigos estavam e começou a mexer nas bebidas. O campeão mundial não teria gostado e, como reação, aplicou um golpe de jiu-jítsu para imobilizar o suspeito.
“Nesse momento, o rapaz levantou, deu a volta e deu um tiro na cabeça do Leandro”, disse o advogado. O policial ainda teria chutado a vítima duas vezes quando ela estava no chão. Ainda de acordo com o advogado, o fato de ser um policial militar teria viabilizado a sua entrada no show com a arma.
Em 2017, o policial já tinha sido condenado por desacatar e agredir colegas de farda. Em 27 de outubro daquele ano, o PM estava de folga na casa noturna The Week, na Lapa, zona oeste da cidade, comemorando o ingresso do primo na corporação. Eles foram agredidos por outras pessoas e a Polícia Militar foi acionada por volta das 4h20. Segundo a investigação, Velozo estava nervoso e exaltado, dificultando o trabalho dos militares que atendiam a ocorrência. Além de desacato, também deu um soco no colega de farda.
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