Depois de uma desaceleração durante 2020, o mercado de trabalho para jovens aprendizes voltou a crescer em 2021. Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o saldo de novas vagas entre janeiro e agosto deste ano ficou em 67 mil: foram 280 mil novas contratações e 213 mil desligamentos. No mesmo período de 2020, o saldo foi negativo: -59 mil (178 mil admissões e 237 mil demissões).
Para o Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), o aumento reflete as oportunidades que não foram preenchidas no último ano devido ao agravamento da pandemia. A organização disse ter sido responsável por preencher 41 mil dessas vagas, entre janeiro e agosto de 2021, um aumento de 60% em comparação com o mesmo período de 2020.
A Lei da Aprendizagem, que completou duas décadas de existência no ano passado, define que empresas de médio e grande portes são obrigadas a contratar aprendizes entre 14 e 24 anos. A cota é fixada entre 5% e 15% do número de funcionários da empresa. No entanto, de acordo uma pesquisa da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE) encomendada pelo CIEE em 2020, a média nacional está em apenas 2%. As empresas deveriam oferecer em torno de 1 milhão de vagas, mas, segundo o Ministério do Trabalho e Previdência, há cerca de 425 mil aprendizes ativos no Brasil.
Em um País onde 40% dos estudantes da rede pública não completam o Ensino Médio, os programas de aprendizagem são fortes aliados. Além de combaterem a evasão escolar por exigirem continuidade nos estudos, contribuem para a redução da incidência do trabalho infantil e auxiliam no amadurecimento pessoal e profissional, preparando os jovens em situação de vulnerabilidade para o mercado, avaliam analistas do setor.
Os aprendizes possuem vínculo empregatício, com direito a carteira assinada, salário mínimo proporcional à jornada de trabalho, 13º, férias e FGTS e o contrato de trabalho pode durar até dois anos.
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