A deputada federal Flordelis (PSD-RJ), acusada de ser a mandante do assassinato do pastor Anderson do Carmo, publicou uma homenagem ao marido na noite de quinta-feira, 16 - um ano e três meses após o crime. No texto, a parlamentar diz que “não consegue se acostumar” e que “está muito difícil viver sem ele".
“Sei que preciso continuar e não deixar a felicidade fugir de vez da minha vida, mas as saudades que sinto de você me deixam paralisada. Você foi embora, meu amor, e levou também uma parte de mim [...] Sempre te amarei, Nem”, escreveu ao se referir ao pastor assassinado.
Na madrugada do dia 16 de junho de 2019, Anderson foi morto com mais de 30 tiros na garagem da casa onde morava com a deputada e os filhos. Horas depois do crime, Flordelis disse que se tratou de uma tentativa de assalto.
Redação, O Estado de S.Paulo
17 de setembro de 2020 | 08h01
A deputada federal Flordelis (PSD-RJ), acusada de ser a mandante do assassinato do pastor Anderson do Carmo, publicou uma homenagem ao marido na noite de quinta-feira, 16 - um ano e três meses após o crime. No texto, a parlamentar diz que “não consegue se acostumar” e que “está muito difícil viver sem ele".
“Sei que preciso continuar e não deixar a felicidade fugir de vez da minha vida, mas as saudades que sinto de você me deixam paralisada. Você foi embora, meu amor, e levou também uma parte de mim [...] Sempre te amarei, Nem”, escreveu ao se referir ao pastor assassinado.
Na madrugada do dia 16 de junho de 2019, Anderson foi morto com mais de 30 tiros na garagem da casa onde morava com a deputada e os filhos. Horas depois do crime, Flordelis disse que se tratou de uma tentativa de assalto.
Marido da deputada federal Flordelis (PSD) foi morto a tiros em Niterói, região metropolitana do Rio. Foto: Wilton Junior/ Estadão
Investigação
A parlamentar foi denunciada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro no mês passado como mandante do assassinato do marido. Dois filhos dela - entres adotados e biológicos, são 55 - já estavam presos pelo crime. No último dia 24, outros cinco, além de uma neta, também foram presos acusados de participação no assassinato.
Polícia Civil e promotoria acreditam os integrantes da família tiveram participação seja ajudando a orquestrar o plano ou a dificultar as investigações. Entre os acusados, só a pessoa apontada como a mandante da ação segue em liberdade: a própria Flordelis, beneficiada pela imunidade parlamentar. Ela alega inocência.
A investigação durou mais de um ano, e os responsáveis pelo inquérito concluíram que a deputada "foi a autora intelectual, a grande cabeça desse crime". A defesa nega o envolvimento da parlamentar e diz que a investigação é "contraditória e espetaculosa".
O Estadão teve acesso a relatório final da Polícia Civil, duas denúncias oferecidas pela promotoria, além de depoimentos juntados aos autos do processo. A história narrada nos documentos contraria o histórico de boa pastora da deputada federal e sugere uma trama nada cristã, que envolve disputa por dinheiro, interesses políticos e até suspeitas de abuso sexual.
No último dia 9, o corregedor da Câmara, deputado Paulo Bengston (PTB-AM), entregou à deputada notificação sobre processo disciplinar que pode levar à cassação do mandato dela. O prazo de cinco dias úteis para a entrega terminou na quarta-feira, 16, mas poderia ser prorrogado a pedido de Flordelis.
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