O Ministério Público de Goiás ofereceu uma nova denúncia à Justiça contra o médium João Teixeira de Faria, conhecido como João de Deus, por crimes sexuais contra sete mulheres. No mesmo documento, há depoimentos de outras 11 vítimas, mas como os casos estão prescritos elas aparecem apenas como testemunhas.
Esta é a 13ª denúncia contra o ex-líder espiritual. Ela foi formalizada na terça-feira, 15, dois anos após sua prisão. Desta vez, João de Deus é acusado por estupro de vulnerável e violação sexual mediante fraude.
Segundo a Promotoria de Justiça de Abadiânia, a denúncia reúne traz relatos, testemunhos, documentos e fotos relacionados a crimes que teriam ocorrido entre 1999 e 2018. As vítimas seriam dos Estados de Goiás, Pará, Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Distrito Federal e Bahia.
Condenado por abusar sexualmente de mulheres durante atendimentos espirituais, João de Deus acumula 63 anos e quatro de meses de prisão por três denúncias diferentes: estupros contra cinco mulheres (40 anos em regime fechado), violação sexual mediante fraude contra duas mulheres e estupro de vulnerável contra outras duas (19 anos e quatro meses em regime fechado) e porte ilegal de armas (quatro anos em regime aberto). O médium nega as acusações de abuso sexual.
Ele ficou preso entre dezembro de 2018 e março de 2020 no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, na região metropolitana da capital. Mas deixou o presídio para cumprir pena em regime domiciliar por pertencer ao grupo de risco em caso de contágio pela covid-19 no presídio. Desde então, é obrigado a usar tornozeleira eletrônica e está proibido de manter contato com testemunhas e vítimas.
No último dia 23 de outubro, o médium precisou ser internado em um hospital de Anápolis após apresentar problemas cardíacos. No mesmo dia, ele foi transferido ao Hospital Sírio Libanês em Brasília, onde ficou em estado grave na UTI. No início de novembro, João de Deus chegou a passar por uma cirurgia, mas já recebeu alta médica e vem fazendo acompanhamento na capital federal.
Com a palavra, o advogado Anderson Van Gualberto, que defende João de Deus
“Acerca da nova denúncia apresentada na data de ontem, 15/12/2020, contra João Teixeira de Faria, na verdade trata-se de mais um pernicioso capítulo da estratégia do Ministério Público do Estado de Goiás que vem fazendo do processo judicial um verdadeiro espetáculo público, e estrategicamente, apresenta nova denúncia exatamente na data em que completou dois anos da prisão do médium e se utiliza deste expediente para reacender e inflacionar o sentimento de ódio contra João de Deus. O médium sustenta a sua inocência e no curso do processo a comprovará. Atualmente, às vésperas de completar 80 anos (faltam 6 meses), está sob as condições da prisão domiciliar e vem se recuperando de cirurgia cardíaca realizada em 04/11/2020 no Hospital Sírio Libanês em Brasília, onde permanece com o tratamento.”
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