Para boa parte dos milhões de candidatos que anualmente prestam o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), nada gera mais expectativa após a prova do que o acesso ao Sistema de Seleção Unificada (Sisu) do Ministério da Educação (MEC). Isso porque ele é o sistema informatizado no qual as instituições públicas de ensino superior oferecem vagas para candidatos participantes do Enem.
Os candidatos são selecionados de acordo com a nota obtida no exame, dentro do número de vagas em cada curso. No sistema, o candidato pode selecionar duas opções de cursos e modalidade de concorrência, que pode ser ampla ou via cotas. Durante o período de inscrições, é possível ter uma ideia da nota de corte para a vaga pretendida por meio de cálculos diários feitos na plataforma que apresentam os valores com base nos resultados totais prévios.
Dessa forma, além de diminuir a ansiedade, os alunos têm a chance trocar de curso ou instituição, caso percebam que as possibilidades de sucesso na escolha inicial são baixas. O cálculo da pontuação dos candidatos pode ser feito de forma simples ou ponderada. Na média simples, as notas das quatro categorias do Enem (Matemática e suas Tecnologias, Ciências da Natureza e suas Tecnologias, Ciências Humanas e suas Tecnologias e Linguagens, Códigos e suas Tecnologias) e a da Redação são somadas, depois o total é dividido por cinco. Já a média ponderada é feita quando as instituições de ensino superior adotam pesos diferentes para as notas do Enem.
Assim, o Sisu realiza cálculos específicos que variam conforme os critérios estabelecidos por cada universidade em seus editais. O processo pelo Sisu ocorre semestralmente, com opção de lista de espera para vagas remanescentes nas instituições. Como regra geral, a nota da Redação tem de ser maior do que zero e o candidato não deve participar na condição de treineiro.
A partir de 2020, para fazer parte do Sisu o candidato deve criar uma conta no portal gov.br, rede criada pelo governo federal para acesso integrado aos serviços públicos digitais. Dentre várias formas de cadastro, que variam de validações feitas por sites de banco a certificados digitais, a mais simples é utilizar o CPF.
Onde mais pode ser usada a nota
Programa Universidade para Todos (ProUni): Voltado a alunos que cursaram o ensino médio na rede pública ou na rede particular com bolsa integral. O ProUni oferece bolsas de estudo (parciais ou totais) em instituições particulares para candidatos com renda familiar bruta mensal de até três salários mínimos por pessoa. Para pleitear, é preciso ter nota mínima de 450 pontos no Enem e não ter zerado a Redação.
Fundo de Financiamento Estudantil (Fies): Oferece financiamento a juros reduzidos a alunos com renda per capita mensal familiar de até três salários mínimos. O pagamento é feito após a conclusão do curso, mensalmente. Assim como o ProUni, vale a regra de 450 pontos no Enem e não ter zerado a redação.
Acesso a faculdades particulares: Muitas instituições de ensino particulares aceitam a nota obtida no Enem como critério de seleção. Neste ano de pandemia, até para evitar mais ocasiões de aglomeração, o número de adeptas ao uso do Enem aumentou. Nesse caso, não é preciso fazer vestibular. O estudante concorre com as notas que conseguir no exame.
Ingresso em instituições no exterior: O Enem também pode ser o passaporte para estudar em um curso superior fora do País. O principal destino dos brasileiros tem sido Portugal, onde cerca de 50 instituições – como as universidades de Coimbra, Algarve e Lisboa – aceitam o exame como substituição ao processo seletivo local. Outros países como França, Holanda, Canadá e Inglaterra também têm instituições que consideram a nota do Enem para o ingresso.
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