O presidente Jair Bolsonaro fez novamente um gesto de apoio ao ministro da Segurança Pública, Sérgio Moro, durante o jogo entre CSA e Flamengo nesta quarta-feira, 12, no Estádio Mané Garrincha, em Brasília. Os dois foram recebidos com aplausos por parte dos torcedores.
O presidente levantou a mão do ministro, enquanto parte da torcida gritava o nome de Moro. O ministro retribuiu apontando para o presidente. Mais cedo, o porta-voz da Presidência afirmou que relação entre Bolsonaro e Moro é de 'camaradagem e confiança'.
Desde que supostas conversas de Moro com o procurador Deltan Dallagnol foram reveladas pelo site The Intercept, o ministro enfrenta um desgaste.
- Foto: Dida Sampaio/estadão ConteúdoBolsonaro e Moro assistindo ao jogo do Flamengo
O presidente já o condecorou publicamente o ministro com a medalha do Ordem do Mérito Naval e os dois almoçaram juntos nesta quarta-feira. Bolsonaro, no entanto, se recusa a comentar sobre a situação do subordinado. Ontem, após evento na Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Bolsonaro interrompeu uma entrevista a jornalistas ao ser questionado sobre Moro.
Ao chegar no estádio, o presidente pediu aos torcedores uma camisa do Flamengo para ele e também para o ministro. Ganhou a de número 60. Moro ficou com a de número dez, utilizada pelos craques do futebol. Moro chegou ao estádio de terno e gravata, ao contrário do presidente, que estava de agasalho da Seleção Brasileira.
Relação de confiança
O porta-voz da Presidência, Otávio do Rêgo Barros, disse que a relação entre o presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Justiça, Sérgio Moro, é de “sã camaradagem” e “confiança”. “O presidente vem se relacionando com o ministro Sérgio Moro, e não apenas com ele, mas com todos os ministros do governo, em um ambiente de sã camaradagem e de confiança”, afirmou o porta-voz. Segundo Rêgo Barros, na reunião ocorrida ontem com Moro e o diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, Bolsonaro tratou do caso das conversas vazadas atribuídas ao ex-juiz da Lava Jato.
Este foi o segundo encontro do presidente com o ministro nesta semana após a publicação das supostas mensagens. O encontro não estava na agenda oficial de Bolsonaro nem na de Valeixo até as 15h, apenas na de Moro – que não informava a presença do diretor-geral da PF.
De acordo com o porta-voz, o presidente acompanha o desenrolar do caso envolvendo Moro “com a serenidade que deve ser natural de um chefe de poder”. Questionado sobre a possibilidade de alguma mudança em uma eventual indicação de Moro ao Supremo Tribunal Federal no futuro, o porta-voz disse que um comentário sobre isso neste momento seria prematuro. “Isto está por demais longe de nosso horizonte e qualquer ilação em relação a isso não contribuiria com para a serenidade tão importante deste governo.”
Rêgo Barros afirmou ainda que, na reunião, Bolsonaro falou sobre um possível “reforço” no trabalho da PF na investigação do atentado a faca que ele sofreu no ano passado.
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