O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, relembrou nesta segunda-feira, 8, dos tempos de atuação como juiz federal da Operação Lava Jato para destacar o papel da cooperação internacional jurídica entre Brasil e Suíça nas investigações que desmantelaram o esquema de corrupção instaurado na Petrobras. Para o ministro, a Lava Jato não teria os resultados alcançados sem a cooperação entre os dois países.
"Não estarei mentindo que, se não fosse a cooperação com as autoridades da Suíça, seria impossível que tivéssemos tido a Operação Lava Jato", disse Moro em palestra na Procuradoria-Geral da República sobre o tema, que conta com a presença do procurador-geral da Confederação Suíça, Michael Lauber, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, e o ministro do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux.
- Foto: Fátima Meira/Futura Press/Estadão ConteúdoSérgio Moro
Segundo o ministro, desde 2014, quando a Lava Jato foi deflagrada, há registro de 447 pedidos de cooperação jurídica entre os dois países, com 42 pedidos apenas em 2019. "Há crescimento exponencial de cooperação entre os dois países", apontou Moro, que deixou a magistratura para assumir a cadeira de ministro de Estado do governo Bolsonaro.
Moro lembrou da importância da cooperação entre os dois países nas investigações que culminaram na condenação do ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha. Ele foi condenado pelo ex-juiz em 2017 por corrupção, lavagem e evasão de divisas no caso de recebimento de propina na compra do campo petrolífero de Benin, na África, pela Petrobras em 2011.
Em 2014, as investigações contra o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa também tiveram o auxílio das autoridades da Suíça, destacou o ministro da Justiça. "Um fato que motivou grande impulso nas investigações foi a descoberta de que o primeiro diretor investigado mantinha quantias significativas em bancos suíços em empresas offshore", observou Moro. À época, o Ministério Público da Suíça identificou que as contas teriam movimentado um total de US$ 28 milhões, dos quais US$ 23 milhões seriam diretamente controlados pelo ex-diretor.
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