O número de praias, rios, ilhas e mangues atingidos por óleo continua aumentando e chegou a 877, segundo balanço divulgado nesta terça-feira, 3, pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Ao todo, ao menos 127 municípios de todos os nove Estados do Nordeste, do Espírito Santo e do Rio de Janeiro foram afetados por fragmentos ou manchas de petróleo cru desde 30 de agosto.
O balanço também indica que 29 localidades ainda estão com manchas de óleo (isto é, mais de 10% de contaminação), outras 558 têm fragmentos da substância e 290 são consideradas "limpas".
Dentre os locais ainda com óleo, estão a turística Praia de Pipa, no município de Tibau do Sul (Rio Grande do Norte), e a Praia de Jacumã, em Conde (Paraíba), que foi uma das primeiras a receber óleo, em agosto.
Das 126 localidades vistoriadas pelo Ibama em menos de 48 horas, apenas duas estavam "limpas". Segundo o Ibama, o conceito de "localidade" utilizado no mapeamento "se restringe a uma área de 1 quilômetro ao longo da costa", isto é, uma praia com 10 quilômetros de extensão possui 10 localidades.
Em relação à fauna, ao menos 153 animais oleados foram identificados pelo Ibama. Os dados se referem especialmente a tartarugas marinhas (101) e aves (37). Nas redes sociais, a Fundação Mamíferos Aquáticos chegou a compartilhar imagens da recuperação de uma ave oleada encontrada em Maragogi (AL).
Na Praia do Janga, em Paulista (PE), o Estado chegou a encontrar algumas dezenas de peixes mortos junto a uma grande mancha em outubro. Além disso, o material já foi encontrado em regiões de corais.
Pesquisadores apontam que o petróleo também foi encontrado no organismo de animais diversas, como mariscos e peixes. Eles também ressaltam que o impacto ambiental do óleo pode persistir por décadas.
A primeira mancha de óleo foi oficialmente identificada em 30 de agosto, no município de Conde, na Paraíba. Quatro dias depois, o material foi encontrado no segundo Estado, Pernambuco, na Ilha de Itamaracá. Em 1º de outubro, a Bahia foi o nono e último Estado do Nordeste a receber óleo, com a primeira mancha identificada na Mata de São João. Por fim, fragmentos são encontrados no Espírito Santo, desde 7 de novembro, e no Rio de Janeiro, desde 22 de novembro.
Ao todo, foram retiradas mais de 4,5 mil toneladas de petróleo e itens contaminadas com o óleo, tais como baldes e equipamentos de proteção.
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