Além de terminar a deflagração da quarta fase da Operação Carne Fraca, com a realização de buscas em 68 endereços na manhã desta terça, 1, o juiz federal André Wasilewski Duszczak, da 1.ª Vara Federal de Ponta Grossa (PR), determinou o afastamento de 39 auditores investigados pelo suposto recebimento de propinas da BRF.
“Diante da habitualidade e da duração do proceder ilícito, bem como da aparente ‘normalidade’ com que os investigados se beneficiam dos atos de corrupção aqui investigados, há justo receio de que eles utilizem suas funções públicas para a prática de novas infrações penais”, decidiu o magistrado.
A ordem judicial atinge 31 auditores federais vinculados ao Ministério da Agricultura, cinco fiscais vinculados à prefeituras (Capinzal -SC; Jataí-GO; Mineiros-GO), dois ligados a uma Secretaria de Estado (Santa Catarina) e um funcionário público vinculado ao Ministério da Saúde.
De acordo com a representação do Ministério Público Federal, que pedia o afastamento dos servidores, 29 servidores com vínculo ativo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento se beneficiaram ilegalmente de planos de saúde pagos pela BRF.
Os servidores também foram alvos de buscas na manhã desta terça, 1. Cerca de 280 Policiais Federais cumpriram, no âmbito da Romanos, como foi batizada a quarta fase da ‘Carne Fraca’, 68 mandados de busca e apreensão em nove Estados – Paraná, São Paulo, Santa Catarina, Goiás, Mato Grosso, Pará, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Rio de Janeiro.
Além de endereços ligados aos auditores, os agentes fizeram buscas em empresas, entre elas a União Avícola Agroindustrial, controlada pelo ex-senador Cidinho Santos. A companhia teria sido utilizada pela BRF para repassar propina para fiscais agropecuários federais.
Com a palavra, o Ministério da Agricultura
A reportagem entrou em contato com a Assessoria do Mapa. O espaço está aberto para manifestação.
Com a palavra, a BRF
A reportagem entrou em contato com a Assessoria de Imprensa da BRF. O espaço está aberto para manifestação.
Com a palavra, a União Avícola
A reportagem entrou em contato com a empresa, por email. O espaço está aberto para manifestação.
Com a palavra, ao ex-senador Cidinho Santos
Por telefone, o senador afirmou: “Há a acusação de pagamento de vantagens para um fiscal, mas a informação não é verdadeira. Colocamos todos os documentos à disposição das autoridades e estamos tranquilos, à disposição da investigação. Lamento a exposição da empresa, totalmente desnecessária.”
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