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Fachin pede providências a PGR sobre suposto repasse a amigo de Temer

O repasse é narrado no termo complementar da delação premiada de Florisvaldo Caetano de Oliveira, um dos delatores da J&F. 

O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), pediu nesta quarta-feira, 27, que a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, informe quais as providências que pretende tomar em relação a um termo da colaboração premiada da J&F que trata da suposta entrega de R$ 1 milhão em espécie no escritório do coronel João Baptista Lima, amigo pessoal do presidente Michel Temer.

O repasse é narrado no termo complementar da delação premiada de Florisvaldo Caetano de Oliveira, um dos delatores da J&F.

Conforme despacho assinado nesta quarta-feira por Fachin, o delator afirmou, "em seu termo complementar 6 (ref. Anexo 42), que, no ano de 2014, realizou, na companhia de Demilton (Demilton Antonio de Castro, outro delator da J&F), a entrega da quantia de R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais) em espécie no escritório do Coronel João Lima, ligado ao Presidente da República Michel Temer, complementando que o local foi indicado por Ricardo Saud".

  • Foto: Renato Costa/Frame Photo/Estadão ConteúdoMinistro Edson Fachin Ministro Edson Fachin

De acordo com a delação, "no ato da entrega, o coronel determinou que colocassem os valores no porta-malas de um carro estacionado em frente ao edifício". Ricardo Saud teria recomendado "agilidade na entrega dos valores, diante da importância de seu destinatário".

Em uma decisão de 62 páginas, Fachin remeteu trechos das delações da J&F para diversas esferas judiciais, entre elas: Superior Tribunal de Justiça (STJ); tribunais regionais federais da 1ª Região (TRF-1), da 3ª Região (TRF-3) e da 5ª Região (TRF-5); à Justiça do DF, de Goiás, Paraná, Mato Grosso, Rio de Janeiro e São Paulo.

Sobre o trecho da Florisvaldo Caetano de Oliveira, Fachin autorizou que ela seja autuada como petição autônoma no sistema do Supremo e pediu que a PGR esclareça as providências a serem tomadas.

Outro lado

Procurada pela reportagem, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência não havia respondido até a publicação deste texto. A reportagem também ligou para o escritório da Argeplan, mas não localizou o coronel João Baptista Lima.


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