Após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, afirmar que ele e sua família estavam recebendo ameaças, a presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia, afirmou que “a Justiça não se intimida” com pressões.
“A Justiça não se intimida, primeiro porque ela tem um papel constitucional a cumprir do qual ela não pode se subtrair. A prestação da Justiça significa exatamente atender a quem tem direito. O que o juiz ameaçado precisa é de garantia para ter tranquilidade e cumprir suas funções”, disse a ministra.
- Foto: André Dusek/Estadão ConteúdoCármen Lúcia
Os membros da Corte estão sofrendo retaliações devido decisões tomadas pelos ministros, mas segundo Cármen Lúcia, todas as decisões trazem um “nível de insatisfação”. Além desse problema, a Corte enfrenta embates entre membros, como foi o caso do bate-boca público entre os ministros Gilmar Mendes e Luís Roberto Barroso na semana passada.
Outro sinal de que o clima não está tão amistoso para os membros do Supremo foi o vídeo divulgado, que mostra o ministro Gilmar Mendes sendo hostilizado em Lisboa, em Portugal.
Ameaças
“Eu me preocupo com ameaças a ministros, tomo as providências que tenho de tomar. Se tem caso de agressão, tem de tomar providência, a presidência vai tomar. No meu caso, estou continuando com a minha vida, tem de manter a tranquilidade na medida do possível”, afirmou Cármen Lúcia.
Escolta
A presidente do Supremo aumentou o número de agentes para fazer escolta permanente ao ministro Edson Fachin. Cármen Lúcia enviou ainda aos colegas da Corte um ofício falando sobre a necessidade de reforço na segurança. “Numa democracia, as pessoas se manifestam. O que não é aceitável é ultrapassar os limites da lei, da legalidade”, disse a ministra.
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