Em palestra na Ordem dos Advogados do Brasil no Rio de Janeiro (OAB-RJ) na sexta-feira (23), o ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse que está sendo “crucificado como culpado” pelo adiamento do julgamento de habeas corpus de Luiz Inácio Lula da Silva e pela concessão da liminar que evita a prisão do ex-presidente.
Na quinta-feira (22) deveria ter sido julgado o habeas corpus, mas os ministros decidiram adiar a decisão para o dia 4 de abril. Só que na próxima segunda-feira (26) será julgado o último recurso do ex-presidente na segunda instância, e se for negado, poderá ser determinada a sua prisão. O STF decidiu suspender a sessão sobre o habeas corpus, porque muitos ministros tinham outros compromissos e precisavam viajar. Foi então concedida uma liminar para impedir que Lula seja preso, até que seja julgado devidamente o habeas corpus no Supremo.
- Foto: Fátima Meira/Futura Press/Estadão ConteúdoMarco Aurélio
Marco Aurélio afirmou que a decisão fez com recebesse muitas críticas, ele chegou a receber mais de mil mensagens por dia, teve de cancelar endereços de e-mail e trocar telefones devido a repercussão negativa da decisão.
“Hoje estou sendo crucificado. Estou sendo crucificado como culpado pelo adiamento do julgamento do habeas corpus do presidente Lula, porque sou um cumpridor de compromissos. Honro os compromissos assumidos”, justificou. No dia do julgamento ele afirmou que tinha um compromisso e precisava viajar, dessa forma não poderia participar da sessão.
Ele ainda destacou que bastariam seis ministros presentes, e não todos os 11 integrantes da Corte para que pudesse ser realizada a sessão. Marco Aurélio, Rosa Weber, Luiz Fux, Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes e Celso de Mello foram os que votaram pela suspensão do julgamento.
O advogado José Roberto Batochio, que fez a defesa de Lula na tribuna, aproveitou que a sessão seria suspensa para pedir a liminar para evitar a prisão de lula. Rosa Weber, Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes, Marco Aurélio Mello e Celso de Mello foram os que votaram a favor da liminar.
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