O auditor da Receita Federal, Eduardo Cerqueira Leite, e o empresário Mário Pagnozzi, foram presos preventivamente durante fase da Operação Zelotes, na manhã desta quarta-feira (26), em São Paulo.
De acordo com o G1, eles tornaram-se réus na última segunda-feira (24) depois que a Justiça Federal de Brasília aceitou denúncia do Ministério Público. Além de Eduardo e Mário, outras onze pessoas se tornaram réus e também estão investigadas pela Operação Zelotes, que apura perdão de dívidas tributárias no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) mediante pagamento de propina. De acordo com o Ministério Público, Eduardo Leite atuava no Carf em favor de empresas que pagavam propina.
Entre os novos réus que listam na Operação Zelotes estão o ex-diretor jurídico do BankBoston Walcris Rosito, servidores públicos, advogados, lobistas e ex-conselheiros do Carf.
Mesmo o Itaú-Unibanco tendo adquirido as operações do BankBoston no Brasil, os investigadores ressaltam que não há executivo da instituição bancária brasileira envolvido nas irregularidades apuradas pelo Ministério Público.
A denúncia apura crimes no período de 2006 a 2015, quando funcionou o esquema, que tem como peças principais, conforme o Ministério Público, o auditor da Receita Federal em São Paulo, Eduardo Cerqueira Leite e o então conselheiro do Carf em Brasília, José Ricardo da Silva.
De acordo com a investigação, o grupo de consultores, advogados e lobistas teria recebido mais de R$ 25,8 milhões em vantagens indevidas para ajudar o BankBoston.
As acusações contra os 11 réus envolvem crimes de gestão fraudulenta, lavagem de dinheiro, apropriação de dinheiro de instituição financeira, corrupção e organização criminosa.
No caso do BankBoston, em dois processos a instituição conseguiu baixar sua dívida, gerando um prejuízo à União de aproximadamente R$ 600 milhões.
A denúncia, que foi assinada pelos procuradores da República Hebert Mesquita e Frederico Paiva, havia sido apresentada na semana passada à Justiça Federal.
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