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Sete corpos são encontrados na casa de pintor serial killer

Depois dos crimes, o pintor ficou conhecido pelos vizinhos como "Monstro da Alba".

Imagem: Marcelo Gonçalves/SigmaPress/Estadão ConteúdoMonstro da Alba(Imagem:Marcelo Gonçalves/SigmaPress/Estadão Conteúdo)Monstro da Alba
Nesta terça-feira (29), o pintor de parede Jorge Luiz Morais de Oliveira, de 41 anos, confessou mais três assassinatos, segundo seu advogado André Nino. O homem é suspeito de matar e esconder corpos dentro de sua casa na favela Jabaquara, Zona Sul de São Paulo.

O serial killer foi preso depois de a polícia encontrar o corpo de Carlos Neto Alves Junior, de 21 anos, no casebre do suspeito. A vítima era homossexual e surdo-mudo. Disse ainda que matou mais três mulheres desde o início do ano mas não recorda a identidade delas. Ao todo foram encontrados sete corpos na casa do suspeito.
Imagem: Will Soares/G1Monstro da Alba(Imagem:Will Soares/G1)Monstro da Alba
Após uma denúncia anônima na última quinta-feira (25), Oliveira foi preso e ao chegar na casa dele, a polícia localizou o corpo de Júnior. Durante a perícia, os investigadores encontraram mais três cadáveres e uma ossada. Havia resquícios de pele nas paredes do casebre.

Até agora só o corpo de Junior foi identificado, mas parentes de desaparecidos foram até o local e reconheceram os pertences das vítimas. A polícia aguarda o exame de DNA para ter a certeza de que alguma daquelas pessoas estavam desaparecidas.
Imagem: Marcelo Gonçalves/Sigmapress/Estadão ConteúdoMonstro da Alba(Imagem:Marcelo Gonçalves/Sigmapress/Estadão Conteúdo)Monstro da Alba
Segundo o advogado, o pintor cometeu outros crimes desde o início do ano e três delas aconteceram em sequência. Em depoimento nesta tarde, o pintor negou que os crimes sejam motivados por homofobia e afirmou que as vítimas eram mulheres que usavam droga com ele dentro de casa.

Oliveira alega que durante os crimes, estava sob efeito de drogas e confessa estar arrependido.

Prisão por homicídios

Jorge Luiz Morais de Oliveira ficou preso 17 anos e 9 meses por dois homicídios cometidos em 1994 e 1995. Durante a estadia na cadeia, se envolveu em rebelião dos presos e respondeu criminalmente por sequestro, cárcere privado e formação de quadrilha. Saiu da prisão em novembro de 2013.

De acordo com o delegado Edilzo Correia de Lima, o pintor responderá por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver.

Oliveira afirmou em depoimento que matou o vizinho Junior por legítima defesa. Afirmou que o rapaz entrou em sua casa com uma faca na mão e estava acompanhado de outro rapaz.

Após uma discussão, a vítima o esfaqueou no braço e quando ele conseguiu tomar a faca da mçao do rapaz, deu golpes até matar o rapaz. O outro jovem que acompanhava a vítima fugiu durante a discussão, segundo informações do suspeito.

Corpos
Imagem: Amauri Nehz/Brazil Photo Press/Estadão ConteúdoMonstro da Alba(Imagem: Amauri Nehz/Brazil Photo Press/Estadão Conteúdo)Monstro da Alba
Na manhã desta terça-feira a Polícia Civil encontrou a sétima vítima no casebre do pintor. A delegada Nilze Scapulatiello, do 35º Distrito Policial, roupas, calçados e ossos foram encontrados na casa e tudo indica que essas pessoas tenham sido mortas e enterradas na casa do pintor.

“Tem homem, tem mulher, tem roupa de criança. Eu peguei todas as pessoas desaparecidas que eu tenho registro na área, para informar, chamar parentes, reconhecer roupas, alguns detalhes, tem vários sapatos, sandálias, mas a família pode reconhecer”, disse.

Um morador da região afirma que Jorge fazia questão de não esconder que não gostava de homossexuais. “Ele ficava no bar com a gente. Ele falava que tinha raiva de gay e de nóia, mas nunca imaginei que seria capaz de uma coisa dessas”.

Morte de outra homossexual

O assassinato que levou à prisão o pintor aconteceu na noite da última quarta (23), na residência dele. O assassino confessou o crime para a mãe da vítima, e a pedido dela, se entregou.

O local do crime já estava liberado mas os peritos ainda não haviam recolhido os vestígios de Renata Christina, de 33 anos, desaparecida desde janeiro deste ano. A companheira e a mãe da vítima encontraram os vestígios de que Renata andou pela casa do pintor. A jovem era homossexual e comprava maconha para consumo próprio na favela onde Jorge morava.
Imagem: Divulgação/Tv GloboDesaparecia (Imagem:Divulgação/Tv Globo)Desaparecia 
A mãe de Renata conta que nos momentos de busca pela filha, chegou a encontrar com o pintor e quando mostrou uma foto ele disse que não a conhecia.

Cansada de esperar pelo trabalho da polícia, que dizia que a filha era usuária de crack e estava na rua perdida, Maria de Fátima resolveu procurar a filha por conta própria, já que o GPS do celular da filha informava que ela havia andado pela favela.

Na manhã de segunda-feira, quando souberam do homicida da região, ela e a nora resolveram pegar uma pá e escavar a casa do pintor em busca de alguma pista. Apesar de as duas terem cavado procurando pertences de Renata, nada foi reconhecido.

"Só vou acreditar [que a filha está entre as vítimas] se eu vir alguma coisa dela, ou o DNA, que ainda vai ser feito. Se eu vir o celular ou alguma joia que ela estava... Qualquer coisa assim. Até que me provem o contrário. O que escavamos foi pele, ossos de algum tempo. Nada que provasse que minha filha estava ali", afirmou Maria de Fátima.

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