Fechar
GP1

Brasil

Mulheres criam aplicativos contra assédio sexual

As jovens estavam cansadas de sofrer assédio e decidiram se unir para ajudar outras mulheres e tentar combater o assédio.

Cansadas de sofrer assedio ao andarem nas ruas, jovens mulheres recorreram à tecnologia para combater o assédio sexual. As invenções tem apoio de várias mulheres que até doam dinheiro para continuar funcionando.

“As estatísticas de violência contra as mulheres são assustadoras, e se tornou evidente que nada que existia no mercado eram ferramentas de que as mulheres realmente precisavam”, afirmou Yasmine Mustafa, presidente-executiva da empresa Roar for Good.
Imagem: Divulgação/Roar for GoodAthena, aparelho do tamanho de uma moeda criado para mulheres combaterem ataques sexuais(Imagem:Divulgação/Roar for Good)Athena, aparelho do tamanho de uma moeda criado para mulheres combaterem ataques sexuais

A Roar for Good criou um aparelho que quando acionado, envia pedido de ajuda a conhecidos. O aparelho se chama Athena e tem o mesmo tamanho de uma moeda, podendo ser levado no bolso para emitir um barulho afastando possíveis agressores.

A jovem gaúcha Babi Souza, de 24 anos, desenvolveu o aplicativo “Vamos Juntas?”, que é tipo um “Waze do abuso”, onde as mulheres relatam desde a falta de iluminação de alguns locais da cidade a homens que as assediam na rua.

Desse modo, ao traçar uma rota, os itinerários serão acompanhados das fontes de assédio que possuírem. O aplicativo está previsto para chegar às plataformas Android e IOS em janeiro de 2016.

Outro caso foi o da estudante paulistas de 17 anos, Catharina Doria, que usou o dinheiro que pagaria sua viagem de formatura e custeou o aplicativo “Sai Pra Lá”, que mapeia as manifestações de assédio sexual contra mulheres, sejam verbais ou contatos físicos.

Apoio

Tanto o aplicativo “Sai Pra Lá” quanto o “Athena” contam com doações de mulheres engajadas no processo para tentar diminuir o assédio sofrido diariamente por mulheres.
Imagem: DivulgaçãoClique para ampliarMulheres criam aplicativos contra assédio sexual (Imagem:Divulgação)Mulheres criam aplicativos contra assédio sexual

Nós queríamos criar algo que atendesse às necessidades da mulher moderna ao mesmo tempo que fosse uma ferramenta contra o abuso”, diz Yasmine.

Assédio

As ideias dos aplicativos surgiram após as meninas se depararem com casos de violência sexual ou encararem o medo de ser a próxima vítima.

Babi, do “Vamos Juntas?” decidiu criar o aplicativo após ter sido abordada por um homem mais velho na rua, que disse que a levaria para casa. A jovem confessa que ficava preocupada e ansiosa quando saia tarde do trabalho.

“Eu pensei, ‘Bah que merda ser mulher, chega a hora de voltar pra casa e, em vez de tu ficar feliz, fica com medo por ser tarde’."

É suficiente?

Catharina diz que somente os aplicativos não resolvem o problema, que a questão deve ser a educação, que deve ser passada para os homens ainda quando crianças.

“A questão é essa: a tecnologia é suficiente? É tipo uma semente. Para uma plantinha crescer, você tem que regar com água. Nesse caso, essa água é a educação. A gente tá apenas tentando podar a situação. O aplicativo faz com que a gente mapear os assédios para depois as instituições colocarem cartaz, colocar mais luz, falar com as faculdades. Mas o certo seria a educação desde pequeno: o homem ser conscientizado desde pequenininho que ele não pode fazer isso.”

Ver todos os comentários   | 0 |

Facebook
 
© 2007-2024 GP1 - Todos os direitos reservados.
É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do GP1.