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Ex-presos políticos e jovens protestaram em frente a Federação das Indústrias do Estado de SP

O protesto aconteceu nesta quarta-feira diante do prédio da Federação das Indústrias do Estado de SP

Nesta quarta-feira, ex-presos políticos e jovens da Frente do Esculacho Popular (FEP) protestaram diante do prédio da Federação das Indùstrias do Estado de São Paulo contra o papel da instituição e de empresas durante a ditadura (1964-1985). Foram citadas nomes de empresas pelo presidente da Comissão Estadual da Verdade, Adriano Diogo, que foi preso e torturado. Essas empresas possuem dirigentes e emissários que aparecem em depoimentos e documentos do período.

Imagem: Michel Filho / O GloboClique para ampliarProtestos se misturam na Paulista.(Imagem:Michel Filho / O Globo)Protestos se misturam na Paulista.
Uma artista, com uma máscara de gorila, exibia o nome de um funcionário da Fiesp que, segundo documentos do Dops, visitava regularmente o local. Na outra mão, a “gorila” exibia um cartaz com o nome do fundador do Banco Itaú, Olavo Setubal, falecido em 2008.
- Exigimos que a Fiesp faça uma retratação pública e a reparação às famílias que foram atingidas por seu apoio à repressão - disse Ivan Seixas, ex-preso político e membro da Comissão da Verdade e da Comissão dos Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos.

Outra ex-presa e militante de direitos humanos, que atua nas comissões da Verdade e de Familiares, Maria Amélia Teles, a Amelinha, afirmou:
- Viemos mostrar nosso repúdio à participação do empresariado e da Fiesp não só no golpe como em todo o aparato repressivo que torturou e matou pessoas durante a ditadura. Aqui, na Fiesp, tem de ter um centro de memória e verdade para contar a história dos trabalhadores perseguidos.

Entre os participantes do protesto, estavam a ex-guerrilheira do Araguaia Crimeia de Almeida, viúva de André Grabois; Denise Crispim, viúva de Eduardo Collen Leite, o Bacuri, e Angela Almeida, viúva de Luiz Merlino.

O protesto reuniu cerca de 40 pessoas e quase se perdeu em meio à marcha dos trabalhadores na Paulista. Apesar de a marcha acontecer no mesmo lugar, os trabalhadores da marcha não aderiram à manifestação sobre a ditadura.

Em nota à imprensa, a Fiesp afirmou que “tem se pautado pela defesa da democracia e do Estado de Direito, e pelo desenvolvimento do Brasil. Portanto, eventos do passado que contrariem esses princípios podem e devem ser apurados”. O Itaú também se manifestou por meio de nota: “O Itaú respeita manifestações pacíficas, diversidade de pensamentos e ideias e a democracia, mas reitera que nunca defendeu qualquer posição política”. Com informações O Globo.

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