Evandro Lima, de 38 anos, jornalista morador da Cidade de Deus foi uma das pessoas que participou, na noite de sexta-feira (21), do rolezão idealizado por Marcelo Ferreira da Silva, conhecido como Marcelo Dughettu, em um shopping de luxo do Rio de Janeiro. Os mais de 100 convidados, todos negros, foram ao local para assistir ao filme vencedor do Oscar “12 Anos de Escravidão” no Dia Internacional da Luta contra a Discriminação Racial. O resultado do encontro? Um já esperado desconforto silencioso.
Assim que o grupo foi ganhando quórum e forma, os seguranças começaram a chegar. “O que vai acontecer aqui?”, perguntou um deles para Evandro. “Nós só vamos ao cinema”, respondeu o rapaz. “Imagina que só nossa presença, sem barulho, já causa um desconforto. E o desconforto acontece justamente porque não é comum, é estranho aos olhos de quem frequenta esse espaço. Aqui está claro o desequilíbrio social do país”, disse em entrevista.
A ideia de Marcelo - que é rapper, ativista (ou “artevista”, como ele brinca) e presidente do Instituto de Articulação Urbana, ligado ao gabinete do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes - surgiu há poucos dias e a mobilização foi rápida. O objetivo era promover o toque, a discussão, o incômodo, a inserção.
"O filme, na verdade, foi só o motivo. Mais do que o filme, tem o lugar onde o filme está acontecendo. A gente tem uma diferença, por exemplo, das salas de cinema da zona sul para as das zonas norte e oeste, onde os filmes são dublados e não legendados. Quem disse que a galera de lá não fala inglês? Algo é incoerente. Você penetrar espaços sociais onde tradicionalmente você é minoria é um ativismo. Eu costumo dizer que é o ‘artevismo’. É usar a arte para alguma coisa que tem uma causa maior. É tirar um pouco o ego". Completou o carioca de 35 anos, nascido em Guadalupe.
Impossível controlar a emoção e reações (das mais variadas) durante o filme. Quando chegou ao fim, amigos se abraçaram, alguns choraram juntos, e o assunto rendeu do lado de fora da sala do cinema. Com informações do IG.
Imagem: Nina Ramos/iG RioMarcelo Gughettu é o idealizador do rolezão no Rio.
Assim que o grupo foi ganhando quórum e forma, os seguranças começaram a chegar. “O que vai acontecer aqui?”, perguntou um deles para Evandro. “Nós só vamos ao cinema”, respondeu o rapaz. “Imagina que só nossa presença, sem barulho, já causa um desconforto. E o desconforto acontece justamente porque não é comum, é estranho aos olhos de quem frequenta esse espaço. Aqui está claro o desequilíbrio social do país”, disse em entrevista.
A ideia de Marcelo - que é rapper, ativista (ou “artevista”, como ele brinca) e presidente do Instituto de Articulação Urbana, ligado ao gabinete do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes - surgiu há poucos dias e a mobilização foi rápida. O objetivo era promover o toque, a discussão, o incômodo, a inserção.
"O filme, na verdade, foi só o motivo. Mais do que o filme, tem o lugar onde o filme está acontecendo. A gente tem uma diferença, por exemplo, das salas de cinema da zona sul para as das zonas norte e oeste, onde os filmes são dublados e não legendados. Quem disse que a galera de lá não fala inglês? Algo é incoerente. Você penetrar espaços sociais onde tradicionalmente você é minoria é um ativismo. Eu costumo dizer que é o ‘artevismo’. É usar a arte para alguma coisa que tem uma causa maior. É tirar um pouco o ego". Completou o carioca de 35 anos, nascido em Guadalupe.
Impossível controlar a emoção e reações (das mais variadas) durante o filme. Quando chegou ao fim, amigos se abraçaram, alguns choraram juntos, e o assunto rendeu do lado de fora da sala do cinema. Com informações do IG.
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